Um jovem estranha sua imagem no espelho, sofre com isso, e sai então em busca de sua verdadeira identidade. Outro jovem, que vinha desde menino cavando um buraco no quintal de casa, vai perdendo a sua forma humana, tornando-se cada vez mais solitário. Um terceiro jovem, para fugir do Carnaval, viaja para um lugar deserto e lá, numa casa abandonada, encontra um fantasma. Três histórias surpreendentes, três histórias que, além de entreter, nos levam a pensar sobre os mistérios do ser humano, da vida e do mundo.
Luiz Vilela escreveu "Imagem" e "O fantasma" aos 22 anos, e aos 23, "O buraco". Os três contos foram por ele incluídos no seu primeiro livro, Tremor de Terra, que ele publicou aos 24 anos e que ganhou na época o maior prêmio literário do Brasil, o Prêmio Nacional de Ficção.
Três Histórias Fantásticas foi selecionado pelo PNBE, Programa Nacional Biblioteca da Escola, foi escolhido para participar na Feira de Bolonha e recebeu o certificado de "altamente recomendável" da FNLIJ, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Lançado pelo Editora SESI-SP, Três Histórias Fantásticas integra o bloco de Literatura Geral da coleção "Quem lê sabe por quê" e já está nas livrarias.
1.
O mineiro Luiz Vilela dedicou sua dupla vida profissional à prosa curta e à precisão no uso das palavras. Como contista, traz de sua outra atividade - o jornalismo -, a clareza do texto e a economia de adjetivos. Neste pequeno volume, três histórias em que trabalha a emergência do insólito, que traga os personagens para um colapso. Destaque para o terror pouco ortodoxo de "O fantasma". (CADERNO 3, Diário do Nordeste, Fortaleza, 24 jul. 2009; disponível aqui).
2.
No conto “Imagem”, a personagem descobre pelo reflexo um outro “lado” dele mesmo. O personagem admira o que é, o que pode ser. Ele se fascina com seu duplo e sabe que o reflexo mostra diferentes formas dele mesmo. (Emerson Bezerra da Silva; Adilson dos Santos, Reflexos do "Eu" em Rodenbach e Vilela. Disponível aqui, acesso em 15 nov. 2016).
3.
Os contos do livro partem de situações aparentemente banais, mas logo colocam o leitor diante de um cenário inusitado, onde surgem questões existenciais recorrentes aos homens, como a busca da própria identidade, o isolamento e a solidão. Em “Imagem”, um jovem em busca da própria identidade mantém uma relação digna de Narciso com o espelho de seu quarto – só que o rosto que ele vê refletido muda o tempo todo. No segundo texto, intitulado “O buraco”, o protagonista, ainda na infância, começa a cavar, no quintal de sua casa, um buraco que, por fim, irá engolir sua humanidade. No último conto, “O fantasma”, o hóspede de uma casa com fama de mal-assombrada bate um descontraído papo com o fantasma que lhe aparece certa noite, num encontro que vira do avesso a lógica do terror. (Do Skoob, disponível aqui).
4.
Os três contos "fantásticos" reunidos neste livro, todos saídos de Tremor de terra, só fogem ao estilo do autor na superfície. [...] São contos raros na obra de Vilela. O filão fantástico nunca mais foi explorado por ele depois do livro de estreia. Mesmo assim, as três histórias se integram bem à paisagem de sua obra. [...] As histórias de Luiz Vilela sempre caminham do simples para o complexo, do familiar para o aterrador, e não é diferente aqui. (Sérgio Rodrigues. Do lugar-comum ao lugar incomum. Introdução a Três histórias fantásticas, de Luiz Vilela. 1a. edição. São Paulo: Scipione, 2009).
5.
Transfigurar em um animal é negar sua própria identidade, é assimilar e assumir o discurso que a vizinhança começou a proferir, chamando José de tatu. Ao buscar constituir esta nova identidade, observa-se justamente a condição fragmentária do homem na contemporaneidade, um indivíduo que se constrói através da diferença, negando ser aquilo que é, no caso de José, um ser humano, e adquirindo uma nova identidade, a de tatu. (Yvonélio Nery Ferreira. Aspectos relevantes sobre memória e identidade no conto "O buraco", de Luiz Vilela. Evidência (Araxá), v. 5, p. 157-174, 2009. Disponível aqui).
6.
O espelho em Luiz Vilela, embora reflita opções presentes em Machado de Assis e Guimarães Rosa, oferece imagem inversa de ambos: leva as opções de Machado de Assis a um novo e exagerado grau, que desintegra o estado atual ao invés de mantê-lo, e torna o efeito positivo do espelho de Guimarães em dúvida e negatividade. Os três autores captam, pela metáfora do espelho, tornada metáfora nuclear para cada um, a psicologia essencial das histórias individuais envolvidas, que assim expressam a cosmovisão de cada um deles. (Mary Lou Daniel, Mirroring Machado: Guimarães Rosa and Luiz Vilela. Hispania, v. 72, Number 4, December.USA, 1989, p. 952).
7.
Em Luiz Vilela, o espelho ganha complexidade, incorpora os significados precedentes [em contos de Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Guimarães Rosa] para em seguida negá-los, em derrisão para a qual não aponta alternativa, terminando em negatividade, pessimismo, ceticismo e niilismo. (RAUER [Rauer Ribeiro Rodrigues]. O motivo do espelho em contos de Aluísio Azevedo, Machado de Assis , Guimarães Rosa e Luiz Vilela. In: Carlinda Fragale Pate Nuñez, Germana Sales, Rauer Ribeiro Rodrigues, Roberto Acízelo de Souza e Socorro de Fátima Pacífico Barbosa (Organizadores). História da literatura: práticas analíticas, volume 2. Rio de Janeiro: Makunaíma, 2012. p. 154-176. Disponível aqui e aqui).
ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO OU SOBRE
UMA DAS TRÊS HISTÓRIAS QUE O COMPÕEM:
UMA DAS TRÊS HISTÓRIAS QUE O COMPÕEM:
1.
O mineiro Luiz Vilela dedicou sua dupla vida profissional à prosa curta e à precisão no uso das palavras. Como contista, traz de sua outra atividade - o jornalismo -, a clareza do texto e a economia de adjetivos. Neste pequeno volume, três histórias em que trabalha a emergência do insólito, que traga os personagens para um colapso. Destaque para o terror pouco ortodoxo de "O fantasma". (CADERNO 3, Diário do Nordeste, Fortaleza, 24 jul. 2009; disponível aqui).
2.
No conto “Imagem”, a personagem descobre pelo reflexo um outro “lado” dele mesmo. O personagem admira o que é, o que pode ser. Ele se fascina com seu duplo e sabe que o reflexo mostra diferentes formas dele mesmo. (Emerson Bezerra da Silva; Adilson dos Santos, Reflexos do "Eu" em Rodenbach e Vilela. Disponível aqui, acesso em 15 nov. 2016).
3.
Os contos do livro partem de situações aparentemente banais, mas logo colocam o leitor diante de um cenário inusitado, onde surgem questões existenciais recorrentes aos homens, como a busca da própria identidade, o isolamento e a solidão. Em “Imagem”, um jovem em busca da própria identidade mantém uma relação digna de Narciso com o espelho de seu quarto – só que o rosto que ele vê refletido muda o tempo todo. No segundo texto, intitulado “O buraco”, o protagonista, ainda na infância, começa a cavar, no quintal de sua casa, um buraco que, por fim, irá engolir sua humanidade. No último conto, “O fantasma”, o hóspede de uma casa com fama de mal-assombrada bate um descontraído papo com o fantasma que lhe aparece certa noite, num encontro que vira do avesso a lógica do terror. (Do Skoob, disponível aqui).
4.
Os três contos "fantásticos" reunidos neste livro, todos saídos de Tremor de terra, só fogem ao estilo do autor na superfície. [...] São contos raros na obra de Vilela. O filão fantástico nunca mais foi explorado por ele depois do livro de estreia. Mesmo assim, as três histórias se integram bem à paisagem de sua obra. [...] As histórias de Luiz Vilela sempre caminham do simples para o complexo, do familiar para o aterrador, e não é diferente aqui. (Sérgio Rodrigues. Do lugar-comum ao lugar incomum. Introdução a Três histórias fantásticas, de Luiz Vilela. 1a. edição. São Paulo: Scipione, 2009).
5.
Transfigurar em um animal é negar sua própria identidade, é assimilar e assumir o discurso que a vizinhança começou a proferir, chamando José de tatu. Ao buscar constituir esta nova identidade, observa-se justamente a condição fragmentária do homem na contemporaneidade, um indivíduo que se constrói através da diferença, negando ser aquilo que é, no caso de José, um ser humano, e adquirindo uma nova identidade, a de tatu. (Yvonélio Nery Ferreira. Aspectos relevantes sobre memória e identidade no conto "O buraco", de Luiz Vilela. Evidência (Araxá), v. 5, p. 157-174, 2009. Disponível aqui).
6.
O espelho em Luiz Vilela, embora reflita opções presentes em Machado de Assis e Guimarães Rosa, oferece imagem inversa de ambos: leva as opções de Machado de Assis a um novo e exagerado grau, que desintegra o estado atual ao invés de mantê-lo, e torna o efeito positivo do espelho de Guimarães em dúvida e negatividade. Os três autores captam, pela metáfora do espelho, tornada metáfora nuclear para cada um, a psicologia essencial das histórias individuais envolvidas, que assim expressam a cosmovisão de cada um deles. (Mary Lou Daniel, Mirroring Machado: Guimarães Rosa and Luiz Vilela. Hispania, v. 72, Number 4, December.USA, 1989, p. 952).
7.
Em Luiz Vilela, o espelho ganha complexidade, incorpora os significados precedentes [em contos de Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Guimarães Rosa] para em seguida negá-los, em derrisão para a qual não aponta alternativa, terminando em negatividade, pessimismo, ceticismo e niilismo. (RAUER [Rauer Ribeiro Rodrigues]. O motivo do espelho em contos de Aluísio Azevedo, Machado de Assis , Guimarães Rosa e Luiz Vilela. In: Carlinda Fragale Pate Nuñez, Germana Sales, Rauer Ribeiro Rodrigues, Roberto Acízelo de Souza e Socorro de Fátima Pacífico Barbosa (Organizadores). História da literatura: práticas analíticas, volume 2. Rio de Janeiro: Makunaíma, 2012. p. 154-176. Disponível aqui e aqui).
Nenhum comentário:
Postar um comentário