sexta-feira, 28 de março de 2014

Edital de Convocação de Reunião do GPLV

CONVOCAÇÃO

Ficam convocados os integrantes do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela para reunião no dia 5 de abril, sábado, no Câmpus 1 da UFMS de Três Lagoas, a partir das 8h, para discutirem e deliberarem sobre a seguinte pauta: 

1. Informes; 
2. Evento Internacional; 
3. Publicação do GPLV; 
4. Novas pesquisas sobre a obra de Luiz Vilela; 
5. Avaliação do Relatório Externo sobre o GPLV;
6. Expediente.


Três Lagoas,  28 de março de 2014.

Rauer Ribeiro Rodrigues
Coordenador do GPLV

segunda-feira, 24 de março de 2014

ARTIGOS SOBRE CONTOS DE LUIZ VILELA SÃO PUBLICADOS EM REVISTA DE SEMIÓTICA


Dois estudos sobre Luiz Vilela foram publicados no final de 2013 nos Cadernos de Semiótica Aplicada, periódico científico da área de Letras publicado pela UNESP de Araraquara. Os artigos “Em busca da infância perdida em ‘A volta do campeão’”, de Eunice Prudenciano de Souza, e “A configuração passional da cólera no conto ‘Depois da Aula’, de Luiz Vilela”, de Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello, foram publicados nos Cadernos de Semiótica aplicada (CASA), v.11. n. 2, dez. 2013.

Eis o trecho da apresentação do periódico que trata dos artigos sobre a obra de Luiz Vilela: “Para encerrar o presente número, reunimos artigos que tratam de contos, dos contos de fadas à literatura contemporânea, como em “Valores e efeitos passionais em jogo em ‘A roupa nova do rei’: uma análise semiótica”, de Suany Oliveira Moraes, “Os programas narrativos de ‘A carne do metrô’, conto de Rodrigo Lopes de Barros: do mais menos ao mais mais”, de Milton Francisco, “Em busca da infância perdida em ‘A volta do campeão’”, de Eunice Prudenciano de Souza, e “A configuração passional da cólera no conto ‘Depois da aula’, de Luiz Vilela”, de Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello. Estes dois últimos trabalhos, coincidentemente, exploram o universo ficcional de Luiz Vilela, permitindo ao leitor familiarizar-se com a análise semiótica da obra do escritor mineiro, já estudada por pesquisadores como Wania de Sousa Majadas e Rauer Ribeiro Rodrigues, entre outros.” Rauer coordena o GPLV, e Eunice integra o Grupo de Pesquisa. Para ler a íntegra da apresentação, do editor dos CASA, Jean Cristtus Portela, clique aqui.

Eis o resumo do artigo de Eunice Prudenciano de Souza:
Por meio da presente análise, à luz da teoria semiótica greimasiana, demonstramos o modo como o tema do idoso excluído da vida social aparece na narrativa de Luiz Vilela. Para tanto, destacamos “A volta do campeão”, conto em que o protagonista, um homem doente de quase sessenta anos, passa seus dias entediado e desinteressado de tudo, até encontrar um grupo de garotos jogando bilocas que o faz reviver emoções perdidas na infância. A despeito de encontrar um novo sentido para sua vida, as pressões da família fazem com que a personagem desista dos novos amigos. Ocorre então a resignação de Edmundo, que renuncia aos valores positivos responsáveis por sua transformação. A casa familiar figurativiza o espaço de onde emana a opressão. Mesmo “cansado”, a casa é o lugar para o qual o sujeito reconhece voltar e permanecer, afinal é o espaço delegado pela sociedade para um homem de sessenta anos. No conto, normas e comportamentos situam a velhice à margem dos relacionamentos sociais e a voz do narrador, ao solidarizar-se com a solidão a que o idos é relegado, é dissonante diante do status quo.
Palavras-chave: Família; Idoso; Semiótica; Sociedade; Valores.
Veja a referência completa aba Fortuna Crítica; clique aqui e baixe o arquivo, ou aqui e o leia no site da revista.

            Eis o resumo do artigo de Luiz Carlos Migliozzi Ferreira de Mello:
O presente trabalho visa a analisar o conto “Depois da aula” de Os melhores contos (1988) de Luiz Vilela. A narrativa conta a história de três alunos que são suspeitos de terem feito um desenho caricato da professora. O conto mostra as tentativas da professora de obter a delação do responsável pelo desenho. A situação extremamente tensa faz nascer entre os sujeitos, alunos e professora, diferentes estados de alma, tais como desespero, indiferença, medo, cólera, dentre outros. A finalidade deste trabalho é analisar a configuração patêmica da cólera nesse conto. A fundamentação teórica é a Semiótica de linha francesa, mais especificamente a chamada Semiótica das paixões. Não se fará, contudo, uma exposição teórica exaustiva e de forma sistemática de todos os conceitos teóricos utilizados neste artigo. Referir-se-á, no entanto, àqueles conceitos e procedimentos que são considerados chaves à compreensão da cólera. Em outras palavras, a natureza desse trabalho é prática. Quer-se analisar um conto da literatura brasileira, tendo como base a epistemologia passional da cólera apresentada por alguns pesquisadores que tratam do assunto.
Palavras-chave: Literatura Brasileira; Conto; Luiz Vilela; Semiótica das Paixões; Cólera.
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segunda-feira, 10 de março de 2014

Você Verá: o inesperado dá nova forma e sentido à vida


Luiz Vilela explica a influência do cotidiano em seu novo livro, ‘Você Verá’
10. 03. 2014

Luiz Vilela
Por Zaqueu Fogaça

Quando publicou sua primeira coletânea de contos, em 1967, intitulada Tremor de Terra, Luiz Vilela sacudiu a literatura brasileira ao arrematar, aos 24 anos, o Prêmio Nacional de Ficção, superando autores consagrados como Osman Lins e Mário Palmério.

Desde então, foram 30 obras publicadas, entre contos, novelas e romances. Nessa longa e prolífica trajetória dedicada à literatura, reconhecida por muitos prêmios e honrarias, o autor mineiro encontrou na simplicidade do vocabulário a matéria para cristalizar sua prosa.

Em Você Verá (Record), seu mais recente apanhado de contos, as 11 narrativas se alimentam de encontros cotidianos e inesperados para mostrar o quanto a vida humana é maleável e nada é tão sólido a ponto de permanecer estático e imutável. Tal como um modelo de barro, ela está sempre pronta para ganhar novas formas e sentidos.

No conto “Era Aqui”, um jovem retorna à sua cidade natal e relata à namorada as alegrias das antigas peladas num campinho improvisado, que fora destruído pelo prefeito da cidade para uma obra que jamais se concretizou. Num misto de alegria e angústia, o rapaz cultiva as memórias de um tempo que julga melhor e que não voltará mais.

Já no conto “Mataram o Rapaz do Posto”, uma narrativa que se insinua trágica ganha rumos inesperados. Após ouvir um disparo na rua, um senhor sai ao portão para conferir o que se passa e encontra o vizinho Tião, que lhe relata às pressas o crime que acabara de ocorrer. Mas os diálogos desencontrados acabam criando uma situação cômica, resultado da incomunicabilidade entre suas falas.

Nesta entrevista cedida ao SaraivaConteúdo, Luiz Vilela comenta sua relação com os diferentes gêneros e explica a influência do espaço-tempo em suas narrativas.

O escritor Luiz Vilela

A coletânea Você Verá reúne contos sobre os mais variados assuntos e situações. Todos foram escritos na mesma época?

Luiz Vilela. Em Você Verá estão os contos que eu escrevi logo depois de A Cabeça, publicado em 2002. Foram escritos em diferentes ocasiões e ao longo dos últimos dez anos, período em que também escrevi e publiquei a novela Bóris e Dóris e o romance Perdição.

No decorrer de sua longa trajetória literária, iniciada na juventude, o senhor experimentou os mais variados gêneros: conto, novela e romance. O gênero já nasce pronto?

Luiz Vilela. O gênero é sempre definido no início do trabalho e geralmente se mantém até a publicação. Mas há casos em que ele muda, e um dos exemplos mais expressivos disso é o que me aconteceu com Perdição, que começou como um conto, que me foi encomendado por uma editora para uma antologia. Depois que escrevi, achei que ele precisava de alguns acréscimos. Fui fazê-los, e o conto se transformou numa novela. Mas aí, ao reler a novela, foram surgindo novas cenas e novos personagens, e ela acabou, então, se transformando num romance de 400 páginas.

A maioria dos contos que integram a coletânea é marcada por rompimentos abruptos, o que cria situações inesperadas e cômicas. De que maneira você procura trabalhar o curso da narrativa?

Luiz Vilela. Eu começo com uma ideia. Sem ela, não há, naturalmente, como começar. No caminho, outras ideias vão surgindo, juntando-se a ela, às vezes modificando-a e às vezes até anulando-a. É algo totalmente imprevisível.

Os diálogos nas narrativas trazem uma proximidade muito intensa com a oralidade, como num encontro entre vizinhos ao pé do portão. De que maneira essa verossimilhança é obtida nos diálogos?

Luiz Vilela. A oralidade nos diálogos é obtida, de início, pela observação da realidade, mas, depois, há todo um trabalho de depuração, de recriação e de lapidação.

Outro elemento que se faz crucial em suas narrativas é o confronto inevitável entre o presente e o passado...

Luiz Vilela. O mundo está sempre em movimento, o que provoca mudanças na vida das pessoas, com várias consequências. O tema figura em grande parte da minha obra e, curiosamente, já aparece no primeiro conto que publiquei, aos 14 anos, num jornal da minha cidade. Nele, uma “escola de roça”, título de conto, é fechada, por ordem do governo, para dar lugar à construção de uma fábrica de laticínios. O acontecimento deixa os alunos tristes e, de desgosto, causa a morte do velho professor.

O senhor está escrevendo um novo livro ou algum trabalho inédito a ser lançado nos próximos meses?

Luiz Vilela. Eu estou com uma novela pronta, que, espero, será publicada ainda este ano, pela minha editora, a Record. Além da novela (e dentro do projeto de reedição de toda a minha obra), deve ser publicada a 3ª edição do meu primeiro romance, Os Novos.

http://saraivaconteudo.com.br/Entrevistas/Post/55620 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Miguel Sanches Neto lê os contos de Você Verá


  1. Estou lendo VOCÊ VERÁ (Record), o novo livro de contos de mestre Luiz Vilela, o mais perfeccionista dos narradores brasileiros.