sábado, 18 de agosto de 2018

GRUPO DE PESQUISA LITERATURA E VIDA REALIZA DUAS BANCAS EM AGOSTO

Duas bancas de componentes do GPLV, duas qualificações de doutorado, ambas com estudos sobre Luiz Vilela, acontecem no dia 31 de agosto, no PPG-Letras no Câmpus I da UFMS de Três Lagoas:

1. LUIZ VILELA: DA FACE PÚBLICA À ARS POETICA, de Rodrigo Andade Pereira, compondo a banca os Profs. Drs. Amaya Prado, Eunice Prudenciano de Souza, Alfredo Ricardo Silva Lopes e Rauer Ribeiro Rodrigues, na Sala 1001, às 9h.

2. LUIZ VILELA PROFANO: RELIGIÃO, EROTISMO E ESTÉTICA NO ROMANCE PERDIÇÃO, de Elcione Ferreira Silva, compondo a banca os Profs. Drs. Marlene Durigan, Eunice Prudenciano de Souza, Alfredo Ricardo Silva Lopes e Rauer  Ribeiro Rodrigues, na Sala 1001, às 14h.

Eis os resumos das pesquisas:

RODRIGO:
Ezra Pound classifica os escritores em seis categorias: Inventores, Mestres, Diluidores, Bons escritores, Beletristas e Lançadores de moda. Ao confrontarmos a Ars Poetica e a “Face Pública” do escritor mineiro Luiz Vilela, acreditamos deslindar o escritor enquadrado em algumas dessas categorias. É o “mestre do conto”, como afirma sua fortuna crítica, justamente porque combinou um certo número de procedimentos, como os contos de enredo e de atmosfera, de Poe e Tchekhov, o diálogo de Hemingway, a fluidez do texto de Flaubert e a filosofia, e o fez tão bem ou melhor que alguns dos inventores do conto. Nas novelas e romances, é um “Belle Lettre”, pois se especializou em algumas particularidades da arte de escrever, sem realmente inventar nada. Essa "ponte” entre a Ars Poetica e sua “face pública” possui caráter profundamente “heterodiscursivo” e “dialógico”, em que o “autobiográfico” expressado em entrevistas, pode-se comprovar através de um exame cuidadoso e direto da matéria ficcional e contínua comparação entre seus textos, contos, novelas e romances. Para comprovarmos nossa tese, investigamos a face pública do escritor Luiz Vilela em situações de interação, por meio de análises de entrevistas significativas em sua carreira, com a análise de um aspecto de sua ars poética: a problemática do narrador e das instâncias narrativas preconizadas por teóricos da narrativa que investigaram a questão do autor-implícito e do arquinarrador, que, a nosso ver, fazem transparecer essa “face” pública, por vezes ficcionalizada. Como metodologia, utilizamos o método indiciário, proposto por Carlo Ginzburg. Por intermédio de pistas, sinais e indícios, estudados minuciosamente a partir da análise pormenorizada das entrevistas e dos textos ficcionais, traçamos um panorama entre a face pública e a ars poética de Luiz Vilela.
Palavras-chave: Acervo Literário; Arquinarrador; Entrevistas; Método indiciário; Narrador; Pound.

ELCIONE:
Nesta tese, discutimos as interfaces da religião com o erotismo e a estética no romance Perdição (2011), de Luiz Vilela. Para isso, temos com pressupostos teórico os estudos de Mircea Eliade (1992) em torno do Sagrado e do Profano. Adentramos analiticamente na narrativa, com suporte nos estudos sobre o espaço de Osman Lins e do Ponto de Vista de Norman Friedman. Para observar a trajetória dessacralizadora do narrador, estudamos os pressupostos estéticos intradiegéticos propostos pelo narrador, Ramon, que se configura como um alter ego do autor Luiz Vilela.
Palavras-chave: religião, dessacralização, erotismo, estética.

As bancas do GPLV, mesmo as de qualificação, são abertas ao público.