sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

GPLV RECEBE APOIO FINANCEIRO DO CNPQ


Projeto vinculado ao Grupo de Pesquisa Luiz Vilela
recebe 19 mil reais de Edital CNPQ / Capes

O projeto “Luiz Vilela: Documentário e acervo”, dos pesquisadores Rauer Ribeiro Rodrigues e Pauliane Amaral,  do câmpus da UFMS em Três Lagoas, foi contemplado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) com apoio financeiro em edital para projetos de inovação científica, tecnológica e de inovação na área de Ciências Humanas. O valor total do benefício, 19 mil reais, será utilizado na aquisição de material permanente, que ficará à disposição do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela (GPLV) após a conclusão do projeto, e para custeio tendo em vista a realização de um documentário biográfico sobre o escritor Luiz Vilela.
O GPLV, criado a partir de proposta do professor Rauer a mestrandos ligados à UFMS, foi fundando em 2011 no câmpus de Três Lagoas. Hoje, o GPLV conta com cerca de 20 pesquisadores que desenvolvem trabalhos sobre ou a partir da obra do escritor Luiz Vilela no Programa de Pós-Graduação em Letras e no PROFLETRAS. No momento, o GPLV articula uma série de iniciativas com professores e grupos de pesquisadores de outras instituições, em especial no âmbito da Rede CO3 (Rede Centro-Oeste de Pesquisa e Ensino em Arte, Cultura e Tecnologias Contemporâneas) e com a UFU – Universidade Federal de Uberlândia.
Pesquisadora participante do projeto “Luiz Vilela: Documentário e acervo”, Pauliane Amaral, doutoranda em Letras, também atuou na fundação do GPLV. Sobre a importância do projeto, Pauliane afirma que pode contribuir para o ensino de literatura no ensino regular ao possibilitar que o professor traga para a sala de aula mais uma ferramenta de ensino, o documentário: “Com o documentário, o professor não só terá a chance de apresentar a obra de Luiz Vilela aos alunos de uma maneira diferente, mas também dinamizar o ensino de literatura”. Para o professor Rauer, com a liberação desses recursos por parte do CNPQ, o Grupo de Pesquisa Luiz Vilela ingressa em novo momento, a partir do qual, com outros editais, ampliará seu leque de pesquisas e atividades.
O projeto agora aprovado, inscrito na Chamada MCTI / CNPQ / MEC / CAPES nº 22/2014 - Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas, através do Processo 471856/2014-2, deve ser realizado em até 36 meses e compreende diversas etapas, inicialmente com pesquisa em fonte documental junto ao acervo particular do escritor e entrevistas com Luiz Vilela, e em seguida com as fases finais de edição e finalização do vídeo-documentário. Rauer e Pauliane, no entanto, pretendem concluir o vídeo e disponibilizá-lo gratuitamente para as escolas até o primeiro semestre de 2016.
Mais informações sobre o GPLV, seus membros e o projeto “Luiz Vilela: Documentário e acervo” podem ser solicitadas pelo e-mail < gpluizvilela@gmail.com > ou encontradas no site do grupo: 
                                          
http://www-nt.ufms.br/research/view/id/460


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Whisner Fraga resenha o conto “Tarde da noite”

           O escritor, engenheiro e professor Whisner Fraga resenha seu conto predileto de Luiz Vilela, o “Tarde da noite”, do livro homônimo de 1970. Esse conto, como diversos outros de Vilela, tem, como principal estratégia de construção narrativa, o diálogo, e nele mais uma vez fica evidenciado que o escritor é, conforme afirma Whisner Fraga, “o grande mestre neste quesito, na literatura brasileira e até em termos mundiais”. A resenha foi escrita a partir de uma proposta de Sérgio Tavares e foi publicada originalmente na revista digital Homoliteratura (veja aqui). Reproduzimos abaixo a publicação.




     Whisner Fraga resenha seu conto predileto:                        “Tarde da noite”, de Luiz Vilela



     Posted by: Sérgio Tavares , dezembro 4, 2014


Foto-Whisner-PB



O conto se inicia com um casal em uma cama e com um telefone que toca em um criado no quarto escuro. O homem atende e aos poucos é levado para um mundo estranho e ao mesmo tempo instigante. Luiz Vilela sempre trabalha com paradoxos e diálogos. Ficamos sabendo que, do outro lado da linha, uma moça afirma que vai se matar e que ela deseja que alguém a convença a não fazer isso. Evidentemente, ele pensa que é tudo brincadeira, mas a dúvida o leva a conversar seriamente. Há tempos não sentia o coração pulsar tão rapidamente, aquele frio na barriga, aquela emoção da juventude e, de repente, é ele que não deseja que aquela conversa não acabe mais.
Então, o homem repensa sua própria vida de decisões pretensamente equivocadas enquanto tenta convencer a moça de que tem um futuro à frente e que não é sensato colocar fim à vida dessa maneira. O problema é que vai ficando claro que acredita cada vez menos nisso. Assim, a conversa segue pela madrugada, enquanto a esposa, cansada e rabugenta, não se interessa por dramas alheios e insiste para o marido desligar, que não se acorda alguém assim de madrugada. Vamos percebendo que o homem se envolve com a moça e pensa até, quem sabe, que está tendo um caso.
Não há grandes argumentos, as falas são simples, corriqueiras e o papo prossegue até que, em determinado momento, a garota desliga e não se pode saber mais nada.
Vilela usa, desde seu primeiro livro, o recurso do diálogo. Para mim, o diálogo é uma forma complicada de representar a realidade e a menos verossímil, mas tenho no escritor mineiro um expert nessa arte. Opta pela norma culta para reproduzir uma oralidade que em nada se parece com a língua escrita. Funciona, mas é bom que o leitor tenha em mente que, por mais que se esforce para se aproximar da fala, é apenas uma tentativa frustrada. É uma fantasia dentro de um mundo de ficção. As conversas são lineares, um interlocutor não interrompe o outro, como se fossem um algoritmo, que obedece a uma ordem preestabelecida. Os diálogos na vida real nunca são assim. Mesmo com todas essas ressalvas, não há dúvidas de que o grande mestre neste quesito, na literatura brasileira e até em termos mundiais, é Luiz Vilela.

                     Trecho do conto Tarde da noite, de Luiz Vilela

“Olha, senhorita, sabe que estou quase desligando o telefone?
Pode desligar. A responsabilidade é sua.
Responsabilidade porque?”, falou irritado.
Porque minha vida está em suas mãos.
Ah é né?
Sério. Não estou brincando. O senhor não percebeu ainda? Que minha vida está em suas mãos?”


Trecho do conto x, de Whisner Fraga

“[...]ao ríspido guincho do fusca, que empregávamos para as aulas de volante, quando os trâmites da embreagem desafiavam a coordenação dos seus pés encolhidos nas havaianas, afif, quando um galho amputado se interpunha na promiscuidade entre o pneu e o asfalto e os pelos de duas meninas se ouriçavam com o zurro descautelado do ramo partido e estacionávamos para analisar aqueles seios ressabiados nos coldres do poliéster e da lycra, as convocávamos para um sorvete e também para um cinema, onde aproveitaríamos uma que outra cena umbrosa na insignificância da fita para atacar o crepe daquelas coxas juvenis e quem sabe conquistar a mercê de um beijo. entretanto, afif, o mocinho da película acalcava a inquietação do negrume de um quarto sem janelas ou lâmpadas ou mesmo lampiões ou velas e nesta hora eu interpelava a arrelia dos flashes na mansidão da tela, os olhos escapando da agilidade da palma, que investigava a angustiante morfologia do joelho, daquele pontifício joelho representando a aflitiva transição para o âmbito das responsabilidades. contudo, afif, a ansiedade bordejava pelos subterrâneos da garganta, preparando o sobressalto de um grito e a glutinosa serenidade de um toque a ponderar os estratagemas do zíper de minha bermuda, era a sua audácia, garota, rompendo os entraves até ao termo do que julgava sua obrigação, quando você recolheu o fantoche da glande embrulhado com a casca daquela novidade ondulante e eu já comprovava a vantagem dos filmes em preto e branco para o encobrimento de peripécias. a rebeldia tentacular bamboleando a carenagem do sexo até à catastrófica descarga escalando as suas mãos, menina, e você a emborcar os dedos na língua, extirpando as evidências daquele incidente, para em seguida me oferecer o lenço, para depois hastear a saia e afastar com o desatino do polegar as rendas da lingerie e com o indicador encorajar uma morosa confidência com o prazer.”

Whisner Fraga é professor, engenheiro e escritor. Autor dos livros Coreografia de danadosA cidade devolvidaAs espirais de outubroAbismo poenteO livro da carne e Sol entre noites. Site: www.whisnerfraga.com.br.



Autor de 'Queda da Própria Altura' (Confraria do Vento), finalista do 2º Prêmio Brasília de Literatura, e 'Cavala' (Record), vencedor do Prêmio Sesc Nacional de Literatura - Categoria Contos. Tem textos publicados em jornais, revistas e sites literários nacionais e internacionais.


   Estudos sobre o livro Tarde da noite, de Luiz Vilela,  estão disponíveis em Rauer (2006), Rauer e Kelcilene (2010), e Rauer e Waleska (2013); contos do livro já foram adaptados para o teatro, para a tevê ("Tarde da noite”, Globo) e para o cinema (“Françoise”). 

Há também, no conto, os temas da incomunicabilidade e da solidão, temas que foram estudados em outras narrativas de Vilela, como na tese de Wania Majadas, nas dissertações de Ronaldo Franjotti e de Lucas Gonçalves, em TCC's e em artigos, conforme se pode verificar nos itens listados na aba Fortuna Crítica do Blog. 

Abaixo, reprodução do trecho do conto citado por Whisner tal como consta na 3ª edição, de 1983, da Editora Ática:

       "Olha, senhorita, sabe que eu estou quase desligando o telefone?"
       "Pode desligar. A responsabilidade é sua."
       "Responsabilidade por quê?", falou irritado. 
       "Porque minha vida está em suas mãos."
       "Ah, é, né?"
       "Sério. Não estou brincando. O senhor não percebeu isso ainda? Que                   minha vida está em suas mãos?"

sábado, 13 de dezembro de 2014

LUIZ VILELA E TCHEKHOV

      Denise Sales, mineira de Belo Horizonte, formada em jornalismo pela UFMG, doutora em Literatura e Cultura Russa pela USP, por dois anos repórter e locutora da Rádio Voz da Rússia, em Moscou, e atualmente  professora de Língua e Literatura na UFRGS, publicou várias traduções, entre as quais as novelas Minha Vida e Três Anos, de Tchekhov, e A Fraude e Outras Histórias, de Nicolai Leskov.

      Em março deste ano, Denise deu a Joselia Aguiar uma entrevista para o jornal Gazeta Russa, sob o título de "Uma tradução simples, concisa e profunda para Tchekhov".

      Da entrevista transcrevemos abaixo o trecho "Caminho para a tradução":
     "A formação do tradutor se dá lentamente. É preciso coragem para começar. É importante estar atento, ser curioso, querer aprender cada dia mais", recomenda.
       "No caso da tradução literária, ler é fundamental. Ler as traduções dos mestres, dos colegas, de tradutores de outros idiomas. Ler a literatura nacional, dos clássicos aos contemporâneos. E eleger o que se pode chamar de autores-guia."
        Por exemplo, quando está traduzindo Tchekhov e Mikhail Zóschenko, Denise sempre lê muito Luiz Vilela. "Sim, é um autor brasileiro contemporâneo, enquanto os outros dois são russos do século 19 e da primeira metade do século 20, respectivamente. Entretanto, no estilo dos três há muitas semelhanças e Tchekhov é uma influência declarada na obra de Luiz Vilela."

Para ler a entrevista na íntegra,
clique aqui

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Livro de contos "Você Verá" está no vestibular UEMG 2015

12/12/2014 às 21h32 - http://www.clicfolha.com.br/noticia/41396/vestibular-uemg-2015

VESTIBULAR UEMG 2015

Clic Folha


A Comissão Permanente de Processo Seletivo da Uemg divulgou o edital do Vestibular Uemg 2015 específico para as Unidades de Passos e Divinópolis (além de cursos fora de sede vinculados a essas sedes). Nele, definiram-se os cursos oferecidos, as vagas disponíveis, cronograma ,entre outras informações indispensáveis para quem deseja concorrer a uma vaga no primeiro vestibular público nessas unidades recém-absorvidas pela Uemg.

Serão oferecidas 2.330 vagas em 38 cursos de graduação nas modalidades licenciatura, bacharelado e tecnológicos. As inscrições serão abertas no dia 16 de dezembro de 2014 e seguem até 11 de janeiro de 2015, no endereço eletrônico da Uemg (www.uemg.br).

As Provas Gerais, que abordarão disciplinas e conteúdos do Ensino Médio e uma questão de Redação, poderão ser realizadas no município de Abaeté, Belo Horizonte, Cláudio, Divinópolis ou Passos. Para a realização das provas, foram indicadas as leituras de duas obras literárias: o livro de contos Você Verá, do autor Luiz Vilela, e o livro de ensaios O tempo é um rio que corre, de Lya Luft.

Os cursos de graduação anteriormente oferecidos nessas unidades e que não constam do atual edital serão parte de um futuro vestibular, lançado oportunamente, conforme nota da Pró-reitoria de Ensino da Uemg. Em Passos a Uemg não fará vestibular para os cursos de Letras, Engenharia, Moda e Design e Nutrição, em decorrência da Resolução 459/2013, do Conselho Estadual de Educação – CEE/MG, segundo a qual só deverão ser disponibilizadas vagas para cursos de graduação avaliados in locco.

Procan

O Processo de Seleção Socioeconômica da Uemg (Procan) foi criado de forma a atender os requisitos da Lei estadual n° 15.150/04, de forma a garantir isenção da taxa de inscrição e/ou garantir o acesso ao Ensino Superior a quatro categorias de candidatos, desde que comprovadamente carentes: afrodescendentes, egressos de escola pública, portadores de deficiência e indígenas. Do total de vagas do vestibular, 45% são reservadas a candidatos habilitados pelo Procan, que concorrem somente com pessoas em condições socioeconômicas similares.

Para inscrever-se, o candidato deverá acessar a página www.uemg.br entre os dias 16 e 31 de dezembro de 2014, e no edital do Vestibular Uemg 2015 - Divinópolis e Passos, ler atentamente as instruções para participação.

Sisu

Uma outra opção de ingresso nos cursos da Uemg, além do vestibular tradicional, é o Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que utiliza-se das notas do Enem. 50% de todas as vagas são oferecidas nessa modalidade.

Para participar do Sisu é necessário acessar a página www.sisu.mec.gov.br no início de 2015 e cadastrar-se. A participação no vestibular não impede que o candidato também se inscreva no Sisu.

Para mais notícias sobre o
Você Verá. clique aqui.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

RUBEM FONSECA E LUIZ VILELA

       No dia 18 deste mês, em São Paulo, no Auditório Ibirapuera, a Câmara Brasileira do Livro realizou, em sessão solene, a entrega dos troféus do Prêmio Jabuti, o mais tradicional prêmio literário do país. Na categoria contos e crônicas ficou em primeiro lugar Rubem Fonseca, com o livro Amálgama, e em segundo, Luiz Vilela, com o livro Você Verá, ambos de contos.
        Em sua coluna "Últimos Livros", no Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo de 7.10.73, sob o título de "O Conto Moderno", Wilson Martins escreveu sobre os dois escritores:
      "Estilisticamente, Rubem Fonseca e Luiz Vilela não acham necessário recorrer a funambulismos vocabulares ou sintáticos, nem a sinais diacríticos e tipográficos, nem à obscuridade pastosa que passa, ou procura passar, por análise psicológica; eles se contentam com fixar, de forma insuperável, a contextura mesma da língua falada."
        Anteriormente, no mesmo jornal, no Suplemento do dia 12.12.71, sob o título de "Experiências Romanescas - II", Wilson Martins também escreveu:
     "O conto realmente contemporâneo é o de Rubem Fonseca, o de Dalton Trevisan, o de Luiz Vilela. O fator catalisante da modernidade é o que antes de mais nada os distingue  -  são, para empregar um título famoso, os 'pintores da vida moderna'. Não necessariamente porque os seus temas sejam sempre os da atualidade sensacional (isso não acontece, por exemplo, nem com Dalton Trevisan, nem com Luiz Vilela), mas porque falam o idioma do nosso tempo e obedecem a outra gramática narrativa. O ritmo da ação é diverso, é outra a sintaxe dos motivos; também mudou, sem que o tivéssemos percebido, a psicologia do personagem, a do autor, a do leitor."
Veja, aqui, outras menções simultâneas 
a Rubem Fonseca e a Luiz Vilela. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Luiz Vilela, sempre atento e fiel ao presente e à vida

UMAS E OUTRAS
21/10/2014 - Edição 143 - Out/2014
Zaqueu Fogaça

Uma conversa com o escritor Luiz Vilela
LITERATURA - Um dos maiores prosadores da literatura brasileira, o mineiro Luiz Vilela coleciona títulos e prêmios. Com a coletânea de contos Você Verá (Record), lançada no final de 2013, foi contemplado com o Prêmio de Melhor Livro de Ficção do Ano da Academia Brasileira de Letras, um dos prêmios mais importantes do país.
Autor de mais de 30 obras publicadas – entre contos, novelas e romances -, Vilela esteve no pedaço, na noite do dia 30 de setembro, para debater sobre sua literatura no encontro Sempre Um Papo, realizado no Sesc Vila Mariana. Na ocasião, o autor recebeu o Pedaço da Vila para falar sobre sua relação com a escrita e os temas que norteiam sua ficção.
Primeiros passos. Eu sempre li muito literatura. Se ler já era tão bom, pensava, escrever deveria ser melhor ainda. Portanto, escrever, para mim, sempre foi uma grande empolgação; sempre me encantou a possibilidade de inventar personagens. Escrevo desde os meus 13 anos. No início, costumava pegar o que eu havia escrito e comparar com os textos de escritores que admirava.
Processos. Acho que escrever se tornou mais difícil. Escrevo um livro como se fosse o primeiro, é um confronto permanente. Costumo escrever tudo de uma só vez, sem pensar muito, e depois, aos poucos, começo a editar até encontrar o ponto que me agrada; é um escrever e cortar até eu achar que não há mais nada que eu possa retirar. Por último, leio o texto em voz alta, o que me faz perceber algo que não consigo durante a escrita, como o ritmo, por exemplo. Eu nunca dispenso a leitura em voz alta. Às vezes, e isso ocorre mais com o romance, quando me enrosco em alguma parte, eu deixo o texto na gaveta, quieto, e, mais tarde, quando o resgato, tenho melhor consciência do que não está bom.
Escrita espontânea. Quando eu escrevo, prezo muito pela espontaneidade da escrita; mas por trás dessa naturalidade se esconde um processo trabalhoso. Tem uma frase que é assim: “A grande arte esconde a arte”. É como uma casa cuja beleza final esconde todo um aparato de alvenaria, ferros e tijolos, mas que escapa aos olhos de quem vê a casa pronta.
O presente. Em minha literatura, sempre procurei me manter fiel ao presente e à vida; sempre fui muito atento a tudo o que acontece ao meu redor. Aqui cabe aquela frase do Carlos Drummond de Andrade, que gosto muito: “O presente é tão grande, não nos afastemos”.
http://www.pedacodavila.com.br/materia/?matID=1857  

sábado, 1 de novembro de 2014

Luiz Vilela participa de bate-papo sobre o romance "Perdição"


Luiz Vilela participa, nesta segunda-feira, 3 de novembro, na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, de bate-papo sobre seu romance Perdição. Informações no site da instituição estão disponíveis aqui. Reproduzimos abaixo o noticiário que consta na página da UEPG, acrescentando, ao final, o resumo de um estudo sobre o romance realizado pelo Coordenador do GPLV, Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues.

Luiz Vilela nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, em 31 de dezembro de 1942. Em 1967, aos 24 anos, com Tremor de Terra, seu primeiro livro, ganhou, em Brasília, o Prêmio Nacional de Ficção, superando diversos autores consagrados da literatura brasileira. Em 1971, seu primeiro romance, Os novos, provocou polêmicas, em especial, como registra Wilson Martins, por ser "um retrato tanto mais cruel quanto menos contestável" da intelectualidade brasileira de então. Em 1974 ganhou o Jabuti pelo livro de contos O Fim de Tudo, lançado no ano anterior. Em obra que hoje conta com sete coletâneas de contos, dezesseis antologias individuais, três novelas (uma quarta, O Filho de Machado de Assis, está anunciada para 2015) e cinco romances, Vilela amealhou recentemente o Prêmio de Melhor Livro de Ficção de 2013 da Academia Brasileira de Letras para Você Verá, contos, e, com o romance Perdição, o Prêmio Literário Nacional PEN Clube do Brasil 2012.


À beira de um lago, na pequena cidade de Flor do Campo, em Minas Gerais, um jovem, Leo, é convidado para ingressar nas fileiras da organização religiosa comandada por Mister Jones, e se torna o Pastor Pedro. Essa trajetória é narrada por seu melhor amigo, o jornalista Ramon, formado em Letras. Tendo por fio condutor o que os conhecidos de Leo falam de sua atuação como pastor no Rio de Janeiro, o romance traça um painel do Brasil do início do terceiro milênio. A inspiração bíblica perpassa cada página do romance, e a tragédia final que envolve as personagens ecoa os impasses da civilização ocidental.


RECEPÇÃO:

Vilela é um desses estuários que formam o oceano de uma grande literatura. Assim como um Graciliano Ramos e um Tchecov, sua ficção é virtuosa, porque a palavra não é usada para enfeite, mas para comunicar, dizendo sempre mais com o mínimo de recursos. E no bojo de seu projeto criativo, que incorpora uma visão estética da arte e do homem, sua literatura tem um compromisso ético com a verdade e com os destinos do mundo.

                                                    Ronaldo Cagiano, escritor e crítico literário.


Perdição é visceral. Um clássico.
                                                    Whisner Fraga, escritor.


Com uma fatura realista, um uso musical da linguagem, num estilo literário da oralidade, Luiz Vilela constrói o seu romance de maturidade, em que banal cotidiano dos personagens se manifesta como 
                                                    Miguel Sanches Neto, escritor, professor da área de
                                                    literatura na UEPG.


Perdição é obra prima.
                                                    Fábio Lucas, crítico literário.


O livro é retrato fiel da atual realidade brasileira, refletida no quadro provinciano de uma pequena cidade do interior.
                                                    José Bento Teixeira de Sales, cronista.


Perdição é um romance denso, atual e perturbador. Mais uma prova da habilidade de Vilela em dissecar os sonhos e anseios mais íntimos do ser humano.
                                                    MANTIQUEIRA, Jornal.


Ele apenas põe as pessoas falando, ouvindo e se calando. As palavras e os silêncios dão conta do recado.
                                                    João Paulo, jornalista.


Ninguém sai incólume de suas páginas, nem do contato com seus comuns e estranhos personagens.
                                                    Hildeberto Barbosa Filho, professor universitário.



Eis, de Rauer Ribeiro Rodrigues, o resumo de estudo sobre o Perdição:
O escritor Luiz Vilela, que nasceu em Ituiutaba, MG, em 1942, lançou, em 2011, seu quinto romance Perdição. Em quase quatrocentas páginas, Ramon, o narrador, relata a vida de Leonardo, um pescador conhecido como Leo, seu amigo de infância. Leo aceita convite para ingressar em uma nova religião, muda-se para o Rio de Janeiro e se torna o Pastor Pedro. Tendo sucesso na atividade, ganha dinheiro e impressiona a todos quando retorna à pequena Flor do Campo, dirigindo seu carro e trajando terno e gravata. Após muitas informações não comprovadas e versões as mais desencontradas sobre as atividades do Pastor Pedro no Rio, inclusive algumas que garantem que ele foi para o exterior, Leo, em estado de penúria, retorna para sua cidade natal. Qualificado por Luiz Vilela como "épico de inspiração bíblica", em Perdição a pequena Flor do Campo é metonímia do Brasil. Romance polifônico, em que as personagens são desnudadas pelo narrador iluminista e cético, as páginas de Perdição destilam desencanto no laivo amargo de um tempo em que nem a esperança faz mais sentido. 
Palavras-Chave: Ficção e História; Literatura Brasileira; Polifonia.

Para mais informações sobre o Perdição, clique aqui. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vilela realiza atividades no Paraná

     Na primeira semana de novembro, o escritor Luiz Vilela realiza atividades no Paraná, em duas ocasiões, fazendo palestra e sessão de autógrafos.

     Dia 3, na UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa, em evento do programa "Conversa entre Amigos", haverá debate sobre o romance Perdição, lançado em 2011, tendo recebido o Prêmio Literário PEN Clube do Brasil 2012.

          Dia 4, em São Mateus do Sul, das 18h às 20h, na Livraria Nobel / Café Donuts, acontece sessão de autógrafos da coletânea Você Verá, lançado em 2013 e que recebeu o prêmio de Melhor Livro de Ficção do Ano da Academia Brasileira de Letras.

        Para mais informações sobre os livros e os eventos, clique aqui, aqui e aqui.

domingo, 19 de outubro de 2014

Vilela fica em 2º lugar no Jabuti 2014 na Categoria Contos e Crônicas

A Câmara Brasileira do Livro divulgou dia 16 de outubro, aqui, o resultado final do Prêmio Jabuti 2014 no site. Eis o resultado da categoria "Contos e Crônicas", na qual a coletânea Você Verá, de Luiz Vilela, era um dos livros indicados:

Categoria 12 - Contos e Crônicas

1º lugar - "Amálgama" (Nova Fronteira), de Rubem Fonseca 
2º lugar - "Você verá" (Record), de Luiz Vilela 
3º lugar - "Nu, de botas" (Cia das Letras), de Antonio Prata
3º lugar - "Um solitário à espreita" (Cia das Letras), de Milton Hatoum

Para mais informações, veja a notícia publicada em O Globo, aqui.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

"VOCÊ VERÁ" EM 2ª EDIÇÃO


       Fato raro nas letras nacionais, Você Verá, o livro de contos de Luiz Vilela, publicado pela Editora Record, acaba de sair em 2ª edição, menos de um ano depois de ter sido lançado.
       Você Verá, que foi finalista do Prêmio Brasília e é um dos indicados ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura e um dos finalistas do Prêmio Jabuti, recebeu em julho, da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio ABL de Ficção (romance, teatro e conto) de melhor livro de ficção publicado no Brasil em 2013.
        Além disso, Você Verá foi escolhido como um dos livros de leitura obrigatória do vestibular de 2014 da Universidade Estadual de Minas Gerais, UEMG. Estampamos abaixo o cartaz, que será colocado em todos os colégios de Belo Horizonte, além de outros locais.
         Para mais informações sobre o livro, clique aqui e aqui.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Luiz Vilela entrega prêmio de Concurso no 3º Fliaraxá

:: Cultura e Arte :: 

Fliaraxá premia futuros escritores que participam do Concurso Infanto-Juvenil de Redação
Os autores das cinco melhores redações foram agraciados com um troféu no palco principal do festival










A emoção na entrega dos prêmios tomou conta dos presente na solenidade: Luiz Vilela entrega
placa à vencedora do Concurso Infanto-Juvenil de Redação em cerimônia do 3º Fliaraxá
Luiz Vilela e premiados em redação no 3º Fliaraxá 
Contação de história no 3º Fliaraxá

Carpinejar, no 3º Fliaraxá


O penúltimo dia de Fliaraxá começou a homenagem ao escritor Luiz Vilela e ao patrono do festival, Wander Pirolli, representado pela viúva Maria Aparecida Ferreira Pirolli. Em seguida ocorreu a entrega dos prêmios do II Concurso Infanto-Juvenil de Redação. 

Os autores das cinco melhores redações foram agraciados com um troféu no palco principal do festival. Os diretores das escolas premiadas também foram homenageados com uma placa. A solenidade de premiação contou com as presenças de Afonso Borges, idealizador do Fliaraxá, dos escritores Luiz Vilela e Humberto Werneck, da senhora Maria Aparecida Ferreira Pirolli e de Antônio Gilberto, diretor administrativo. 

A emoção na entrega dos prêmios tomou conta de quem esteve presente na solenidade e principalmente dos cinco ganhadores que explicaram o que pensam sobre a leitura. 

\"Eu escrevi sobre o que acho sobre a importância da leitura, sobre tudo o que a literatura faz pra gente. Com certeza a leitura faz um mundo melhor, se não for a leitura, você não consegue ser alguém na vida. Tem que ler!\" (5º lugar - Vinicius Manoel da Silva Libânio, 14 anos, cursa o oitavo ano do ensino fundamental da Escola Municipal Francisco Primo de Melo)

\"A leitura é para todos, não é só pra quem tem condições, todo mundo tem o direito de ler, você pode achar, comprar, ganhar livros, tem livro para todas as pessoas. A leitura faz um mundo melhor porque ajuda as pessoas a compreender o mundo, a gente pode estar aqui, pode estar num outro lugar, num castelo\". (4º lugar - Ana Eliza Ribeiro Rodrigues, de 11 anos, cursa o quinto ano do ensino fundamental no Colégio São Domingos)

\"Escrevi sobre um autor alemão, Herman Hesse, que marcou minha vida, e definiu minha futura profissão, psicologia. Um festival como esse faz com que a gente tenha mais vontade de ler, de buscar o conhecimento e nessa busca, a gente faz um mundo melhor\". (3º lugar - Marísia Pereira Ribeiro Machado, 18 anos, cursa primeiro ano do ensino médio, do Colégio Monteiro Lobato)

\"Escrevi sobre os benefícios que a leitura traz e esse prêmio foi um incentivo para eu continuar\". (2º lugar - Stefany Tereza Bispo Melchior, 15 anos, cursa o primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Dom José Gaspar)

\"Foi muito bom, eu escrevi sobre a leitura para um mundo melhor. Gostei de escrever e vou continuar\". (1º lugar - Sofia Deckers de Faria, sete anos, cursa a segunda série do Ensino Fundamental da Escola Estadual Delfim Moreira)

Ao todo, 3.200 estudantes de 28 escolas públicas, particulares e rurais participaram do concurso. Além do troféu, cada um dos cinco ganhadores receberá uma quantia em dinheiro oferecido pela CBMM, patrocinadora do evento. As escolas classificadas ganharão, cada uma, uma caixa de livros.

Assim como nos outros dias, o público pôde conferir debates com grandes escritores que analisaram assuntos de relevantes da sociedade atual. O ponto alto da manhã foi o bate-papo com o escritor Fabrício Carpinejar, que falou sobre o “As Várias Faces do Bullyng”. A programação da manhã foi encerrada com um debate sobre o tema A Crônica: Entre o Conto e o Artigo, que contou a participação de Afonso Borges e dos escritores Humberto Werneck e Kledir Ramil. 

As atividades da tarde prometem agitar o público do Fliaraxá. Rodrigo Libânio promove brincadeiras e contação de histórias com o público infantil. A série de oficinas traz para o público nomes como Raphael Montes, Santiago Nazarian, Laura Conrado, Fábio Cesnik, Evandro Ferreira e Najla Assy. 

Para a série de debates subiram ao palco principal nomes como Zuenir Ventura, Martha Gabriel, José Goldfard, Clóvis de Barros e Leila Ferreira. Com o objetivo de promover outras vertentes da arte, uma intervenção de grafite colocará a cultura de rua dentro do Fliaraxá. O sábado foi encerrado com o ator Alexandre Borges que apresentou o espetáculo teatral “Poema Bar”, no auditório principal da Fundação Calmon Barreto. 

http://jornalaraxa.com.br/noticia/pagina/id/1004

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Integrantes do GPLV fazem comunicação no IV SIELP

          Integrantes do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela fizeram hoje comunicações no IV SIELP - Simpósio Internacional de Ensino de Língua Portuguesa, em Uberlândia, MG. As apresentações ocorreram no Grupo Temático "Leitura e letramento no âmbito do PROFLETRAS", proposto pelos professores Rauer Ribeiro Rodrigues e Eunice Prudenciano de Souza, coordenador e vice-coordenadora do GPLV.

       O Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS) e a Profa. Dra. Alcione Maria dos Santos (UFMS) apresentaram a comunicação "O ensino de literatura na matriz curricular do PROFLETRAS". Analisaram as ementas das linhas de pesquisa e da única área de concentração do Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional, conhecido pela sigla PROFLETRAS, e debateram as ementas das disciplinas. Concluíram ser mínima a presença dos estudos literários na proposta, que desconsidera o aspecto formador primordial da leitura literária no aprendizado da Língua e na capacitação crítica do aluno.

             Durante a apresentação, o Prof. Rauer discorreu sobre a disciplina "Leitura do texto literário", que ministrou em 2014 no PROFLETRAS, e a Profa. Alcione expôs dados de sua pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida na UEMS de Paranaíba, sobre as dificuldades de professores do Ensino Fundamental no trabalho com a literatura em sala de aula.

            A Profa. Dra. Eunice Prudenciano de Souza (UFMS) e a acadêmica do PROFLETRAS Karina Torres Machado (UFMS) apresentaram a comunicação "O papel da literatura em sala de aula". Elas discorreram sobre a leitura de contos de Luiz Vilela em uma Escola Estadual da cidade de Bauru - SP. Deram ênfase à leitura literária, com realce dos aspectos da construção da narrativa e dos efeitos de sentido construídos pela linguagem ficcional.

             Veja abaixo dois momentos das comunicações do GT "Leitura e letramento no âmbito do PROFLETRAS", no SIELP/2014.


Profs. Eunice e Rauer, do GPLV, e Paulo Zampiere, mestrando do
PROFLETRAS da UFMS de Três Lagoas, durante o IV SIELP
Profa. Rosemere Ferreira da Silva (UNEB) faz sua comunicação, observada pelo acadêmico Rafael Barros
dos Santos (UNEB) e outro aluno, no encerramento do GT no primeiro dia do SIELP / 2014

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Começa hoje o 3º Fliaraxá

Em Minas »


Araxá recebe terceira edição de Festival Literário com homenagem a Luiz Vilela

Obra do autor mineiro é destaque em evento que tem como premissa a ''leitura por um mundo melhor''


Divirta-se - Estado de MinasAgência EstadoPublicação:09/10/2014 20:15


Luiz Ruffato está entre artistas que promovem abertura do evento, nesta quinta-feira
Começa nesta quinta-feira, dia 9, a terceira edição do Fliaraxá - o Festival Literário de Araxá, Região do Alto Paranaíba. Com o tema "Leitura por um mundo melhor", o evento, realizado até domingo, 12, traz palestras e oficinas com grandes nomes da literatura nacional, como Zuenir Ventura, Luiz Ruffato, Fabrício Carpinejar Affonso Romano de Sant'Anna e Humberto Werneck. O escritor mineiro Luiz Vilela será o homenageado este ano.

O festival conta ainda com leituras dramáticas e atividades para crianças. A exposição Quartos de escrita - Retratos de Escritores em Hotéis, do fotógrafo Daniel Mordzinski, traz 70 fotos de escritores. Há 35 anos, o artista se dedica a fotografar autores como Jorge Luis Borges, Ernesto Sabato, Gabriel Garcia Márquez, Eduardo Galeano, Mario Vargas Llosa, Eric Hobsbawm, Nadine Gordimer e Umberto Eco. A mostra ficará no Grande Hotel de Araxá.






























































Este ano, os escritores Humberto Werneck e Leo Cunha compartilham a curadoria do festival com Afonso Borges, idealizador do Fliaraxá e do Sempre um Papo. A última edição do evento reuniu cerca de 15 mil pessoas e homenageou Adélia Prado.

As atividades serão transmitidas de forma simultânea pela internet, no site do Fliaraxá. Cinco debates serão selecionados e exibidos pela TV Câmara. A sede do festival fica na Fundação Cultural Calmon Barreto, localizada na Praça Arthur Bernardes, nº 10, no Centro.






























































http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2014/10/09/noticia_arte_e_livros,160196/araxa-recebe-terceira-edicao-de-festival-literario-com-homenagem-a-luiz-vilela.shtml