Luiz Vilela nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, em 31 de dezembro de 1942. Em 1967, aos 24 anos, com Tremor de Terra, seu primeiro livro, ganhou, em Brasília, o Prêmio Nacional de Ficção, superando diversos autores consagrados da literatura brasileira. Em 1971, seu primeiro romance, Os novos, provocou polêmicas, em especial, como registra Wilson Martins, por ser "um retrato tanto mais cruel quanto menos contestável" da intelectualidade brasileira de então. Em 1974 ganhou o Jabuti pelo livro de contos O Fim de Tudo, lançado no ano anterior. Em obra que hoje conta com sete coletâneas de contos, dezesseis antologias individuais, três novelas (uma quarta, O Filho de Machado de Assis, está anunciada para 2015) e cinco romances, Vilela amealhou recentemente o Prêmio de Melhor Livro de Ficção de 2013 da Academia Brasileira de Letras para Você Verá, contos, e, com o romance Perdição, o Prêmio Literário Nacional PEN Clube do Brasil 2012.
À beira de um lago, na pequena cidade de Flor do Campo, em Minas Gerais, um jovem, Leo, é convidado para ingressar nas fileiras da organização religiosa comandada por Mister Jones, e se torna o Pastor Pedro. Essa trajetória é narrada por seu melhor amigo, o jornalista Ramon, formado em Letras. Tendo por fio condutor o que os conhecidos de Leo falam de sua atuação como pastor no Rio de Janeiro, o romance traça um painel do Brasil do início do terceiro milênio. A inspiração bíblica perpassa cada página do romance, e a tragédia final que envolve as personagens ecoa os impasses da civilização ocidental.
RECEPÇÃO:Vilela é um desses estuários que formam o oceano de uma grande literatura. Assim como um Graciliano Ramos e um Tchecov, sua ficção é virtuosa, porque a palavra não é usada para enfeite, mas para comunicar, dizendo sempre mais com o mínimo de recursos. E no bojo de seu projeto criativo, que incorpora uma visão estética da arte e do homem, sua literatura tem um compromisso ético com a verdade e com os destinos do mundo.
Ronaldo Cagiano, escritor e crítico literário.
Perdição é visceral. Um clássico.
Whisner Fraga, escritor.
Com uma fatura realista, um uso musical da linguagem, num estilo literário da oralidade, Luiz Vilela constrói o seu romance de maturidade, em que banal cotidiano dos personagens se manifesta como
Miguel Sanches Neto, escritor, professor da área de
literatura na UEPG.
Perdição é obra prima.
Fábio Lucas, crítico literário.
O livro é retrato fiel da atual realidade brasileira, refletida no quadro provinciano de uma pequena cidade do interior.
José Bento Teixeira de Sales, cronista.
Perdição é um romance denso, atual e perturbador. Mais uma prova da habilidade de Vilela em dissecar os sonhos e anseios mais íntimos do ser humano.
MANTIQUEIRA, Jornal.
Ele apenas põe as pessoas falando, ouvindo e se calando. As palavras e os silêncios dão conta do recado.
João Paulo, jornalista.
Ninguém sai incólume de suas páginas, nem do contato com seus comuns e estranhos personagens.
Hildeberto Barbosa Filho, professor universitário.
Eis, de Rauer Ribeiro Rodrigues, o resumo de estudo sobre o Perdição:
O escritor Luiz Vilela, que nasceu em Ituiutaba, MG, em 1942, lançou, em 2011, seu quinto romance Perdição. Em quase quatrocentas páginas, Ramon, o narrador, relata a vida de Leonardo, um pescador conhecido como Leo, seu amigo de infância. Leo aceita convite para ingressar em uma nova religião, muda-se para o Rio de Janeiro e se torna o Pastor Pedro. Tendo sucesso na atividade, ganha dinheiro e impressiona a todos quando retorna à pequena Flor do Campo, dirigindo seu carro e trajando terno e gravata. Após muitas informações não comprovadas e versões as mais desencontradas sobre as atividades do Pastor Pedro no Rio, inclusive algumas que garantem que ele foi para o exterior, Leo, em estado de penúria, retorna para sua cidade natal. Qualificado por Luiz Vilela como "épico de inspiração bíblica", em Perdição a pequena Flor do Campo é metonímia do Brasil. Romance polifônico, em que as personagens são desnudadas pelo narrador iluminista e cético, as páginas de Perdição destilam desencanto no laivo amargo de um tempo em que nem a esperança faz mais sentido.Palavras-Chave: Ficção e História; Literatura Brasileira; Polifonia.
Para mais informações sobre o Perdição, clique aqui.
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