Janaina, com o certificado do evento. |
A mestranda do Mestrado em Letras da UFMS e integrante do GPLV, Janaina Paul Malvezzi Torraca da Silva, participou
do
X Painel Reflexões sobre o Insólito na narrativa ficcional; III Encontro Regional: O Insólito como Questão na Narrativa Ficcional - Re-memorando Murilo Rubião, 20 anos de sua morte.
O evento aconteceu entre os dias 16 e 18 de novembro no Instituto de Letras da UERJ.
X Painel Reflexões sobre o Insólito na narrativa ficcional; III Encontro Regional: O Insólito como Questão na Narrativa Ficcional - Re-memorando Murilo Rubião, 20 anos de sua morte.
O evento aconteceu entre os dias 16 e 18 de novembro no Instituto de Letras da UERJ.
Janaina participou da mesa de debates O Insólito em literaturas de língua Portuguesa nos séculos XX e XIX e apresentou o trabalho O tatu e o albatroz: o insólito metafórico em “O buraco”, conto de Luiz Vilela. O trabalho foi escrito em co-autoria com o prof. Rauer.
Eis o resumo do trabalho apresentado:
Eis o resumo do trabalho apresentado:
O tatu e o albatroz: o insólito metafórico
em “O buraco”, conto de Luiz Vilela
Janaína
Paula Malvezzi Torraca da Silva (PG-UFMS)
Resumo: O conto “O
buraco”, de Luiz Vilela, publicado no livro de estréia do escritor, Tremor
de terra (1967), tem provocado diversificada recepção crítica, com
abordagens díspares cujos resultados incitam ao debate e solicitam
aprofundamento. Trata-se de narrativa que possibilita diferentes aproximações,
da intertextualidade à metalinguagem, da estética da recepção à psicanálise, da
representação da solidão ao debate sobre a sociedade de massas, para mencionar
somente algumas. Narrado pelo protagonista, o enredo encena a vida de um homem
que desde criança cava um buraco no quintal de sua casa: desse modo, termina
por se metamorfosear em um tatu. Essa erupção do insólito, em cotidiano de
resto absolutamente trivial, propicia ao narrador, que vivencia a própria transformação,
reflexões de cunho filosófico e auto-irônico, ao observar a existência humana
simultaneamente com olhar que é seu e é de outro — no caso, ele mesmo, que se
exclui da vida em sociedade. Desse universo realista, retratado em linguagem
simples, coloquial, o fantástico emerge, a nosso ver, com a proposta de
refletir sobre a condição ontológica do escritor no ocaso da modernidade. Nesse
sentido, o conto é meta-autoral, e a metamorfose em tatu é metáfora que dialoga
com o desajeitado albatroz baudelariano. No entanto, no albor dos tempos
modernos, o albatroz é símile externo, e o tatu de Luiz Vilela, no
indiscernível poente do período burguês, é escolha consciente do sujeito que se
torna criador ao arrepio da lógica da sociedade que o gesta, o acolhe e o
repele. Demonstrar de que modo Luiz Vilela, no conto “O buraco”, se vale do
insólito ficcional para criar tal efeito de sentido é o objetivo deste
trabalho.
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