terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Integrante do GPLV participa de evento na UERJ


Janaina, com o certificado do evento.


A mestranda do Mestrado em Letras da UFMS e integrante do GPLV, Janaina Paul Malvezzi Torraca da Silva, participou do
X Painel Reflexões sobre o Insólito na narrativa ficcional; III Encontro Regional: O Insólito como Questão na Narrativa Ficcional - Re-memorando Murilo Rubião, 20 anos de sua morte
.
O evento aconteceu entre os dias 16 e 18 de novembro no Instituto de Letras da UERJ.

Janaina participou da mesa de debates O Insólito em literaturas de língua Portuguesa nos séculos XX e XIX e apresentou o trabalho O tatu e o albatroz: o insólito metafórico em “O buraco”, conto de Luiz Vilela. O trabalho foi escrito em co-autoria com o prof. Rauer.

Eis o resumo do trabalho apresentado
:

O tatu e o albatroz: o insólito metafórico
em “O buraco”, conto de Luiz Vilela

Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS/UERJ)
Janaína Paula Malvezzi Torraca da Silva (PG-UFMS)

Resumo: O conto “O buraco”, de Luiz Vilela, publicado no livro de estréia do escritor, Tremor de terra (1967), tem provocado diversificada recepção crítica, com abordagens díspares cujos resultados incitam ao debate e solicitam aprofundamento. Trata-se de narrativa que possibilita diferentes aproximações, da intertextualidade à metalinguagem, da estética da recepção à psicanálise, da representação da solidão ao debate sobre a sociedade de massas, para mencionar somente algumas. Narrado pelo protagonista, o enredo encena a vida de um homem que desde criança cava um buraco no quintal de sua casa: desse modo, termina por se metamorfosear em um tatu. Essa erupção do insólito, em cotidiano de resto absolutamente trivial, propicia ao narrador, que vivencia a própria transformação, reflexões de cunho filosófico e auto-irônico, ao observar a existência humana simultaneamente com olhar que é seu e é de outro — no caso, ele mesmo, que se exclui da vida em sociedade. Desse universo realista, retratado em linguagem simples, coloquial, o fantástico emerge, a nosso ver, com a proposta de refletir sobre a condição ontológica do escritor no ocaso da modernidade. Nesse sentido, o conto é meta-autoral, e a metamorfose em tatu é metáfora que dialoga com o desajeitado albatroz baudelariano. No entanto, no albor dos tempos modernos, o albatroz é símile externo, e o tatu de Luiz Vilela, no indiscernível poente do período burguês, é escolha consciente do sujeito que se torna criador ao arrepio da lógica da sociedade que o gesta, o acolhe e o repele. Demonstrar de que modo Luiz Vilela, no conto “O buraco”, se vale do insólito ficcional para criar tal efeito de sentido é o objetivo deste trabalho.

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