Estudos sobre Luiz Vilela
marcam presença no II Encontro de Grupos
de Pesquisa em Letras e Linguística do Centro-Oeste, que acontecerá
nos dias 16, 17 e 18 de setembro de 2014, no Câmpus I da UFMS de Três Lagoas. O
evento integra ações regionais, tais como as da Rede CO3(Rede Centro-Oeste de Pesquisa e Ensino em Arte, Cultura e Tecnologias Contemporâneas), e tem como base o reconhecimento da
necessidade de colaboração interinstitucional entre PPGs do Centro-Oeste, tendo
em vista a existência de assimetrias regionais na produção e circulação de
conhecimentos em Letras e Linguística, quando consideradas as áreas de
concentração, linhas e grupos de pesquisa dos PPGs envolvidos.
No dia 17, Lucas Fernando
Gonçalves apresenta a comunicação O CONFLITO EXISTENCIAL NA OBRA GRAÇA: VERGONHA E RECONHECIMENTO DO
OUTRO. No dia 18, Ângela Nubiato Lopes faz comunicação sobre DOIS CONTOS DE LUIZ
VILELA NO ENSINO FUNDAMENTAL: LEITURA E INTERPRETAÇÃO, Luciene Lemos de Campos e
Rauer Ribeiro Rodrigues apresentam A ANDORINHA E O TUIM: LEITURA COMPARADA DE
UM CONTO DE LUIZ VILELA DIANTE DE UMA CRÔNICA DE RUBEM BRAGA e Pauliane
Amaral fala sobre DIALOGISMO E EVASÃO EM CONTOS DE LUIZ VILELA. Em mesa redonda
da mesma tarde do dia 18, os Profs. Drs. Rauer Ribeiro Rodrigues e Eunice
Prudenciano de Souza falam sobre o GPLV.
Seguem, abaixo, os resumos, ensalamento e horários das comunicações e da
mesa redonda:
COMUNICAÇÃO XV
– FICÇÃO CONTEMPORÂNEA I
17/09 – Horário: 18h30 – 20h
Local – Sala do 3º ano de Letras
O CONFLITO EXISTENCIAL NA
OBRA GRAÇA:
VERGONHA E RECONHECIMENTO
DO OUTRO
Lucas
Fernando Gonçalves (Mestre/UFMS)
RESUMO: Este trabalho tem como
corpus o romance Graça, de Luiz
Vilela, à luz do conceito de vergonha que decorre de Sartre em sua filosofia
existencialista. O método é bibliográfico, com fundamentação teórica sustentada
em diálogo com a fortuna crítica do escritor Vilela. Nosso objetivo é
demonstrar as características filosóficas contidas na literatura de Vilela.
Sendo que no romance se evidencia o problema do olhar sartreano como forma de
ruptura do pensar solipsista de Descartes, como no caso da empregada surda-muda
que Graça faz ser demitida por Epifânio. Graça inicia num dado momento uma
conversa com Epifânio, dizendo que ela está sem ocupação durante o dia e que se
sente entediada com isso. Ela então sugere ser ajudante da casa do seu amante
enquanto ele trabalha no cartório. Mas Epifânio lembra a ela de que não precisa
de sua ajuda nos afazeres domésticos, pois sua empregada Bastiana já realiza
tal trabalho. Graça insiste na ideia e afirma a importância de demitir a
empregada Bastiana, pois, em sua opinião, ela e Epifânio ficariam mais à
vontade nas relações sexuais e em seus diálogos. O protagonista-narrador alerta
de que não precisam se livrar de Bastiana para serem mais livres em sua
intimidade de casal, tendo em vista que a empregada é surda-muda. O real drama
da Graça para com a presença de Bastiana é devido ao clima de vergonha que
sente próximo dela. Concluímos que a obra contém características concernentes
aos conceitos filosóficos do pensamento existencialista de Sartre, forjando uma
cosmovisão que alia a liberdade individualista ao drama do conflito da vergonha
do olhar alheio. Deste modo, a relevância do estudo se dá pela abertura de
pensamento que a literatura de Vilela é capaz de nos proporcionar.
COMUNICAÇÃO
XX – FICÇÃO CONTEMPORÂNEA II
18/09 – Horário : 13h30 – 15h
Local – Sala
do 1º ano de Letras
DOIS CONTOS DE LUIZ VILELA
NO ENSINO
FUNDAMENTAL: LEITURA E INTERPRETAÇÃO
FUNDAMENTAL: LEITURA E INTERPRETAÇÃO
Ângela Nubiato Lopes (PG-UFMS)
RESUMO: Interpretar um texto é um
passo importante quando um aluno entra em contato com a literatura, já que esta
não exige somente a leitura do que está explícito no texto, mas necessita
também a apreensão do que está nas "entrelinhas" ou da informação não
visual. Os parâmetros curriculares nacionais prevêem a interpretação como fonte
de uma boa leitura. Um dos gêneros literários, o conto, tem-se mostrado uma
ferramenta importante para que os alunos tenham contato com mundo literário.
Nesse contexto, destaca-se Luiz Vilela, um autor que por meio de seus contos
organizados com linguagem simples, explicita muitos sentimentos e situações
partilhados por crianças e adolescentes aproximando-se do contexto dessas
vivências. Um autor que para ser lido necessita uma aguçada capacidade
interpretativa para que seus textos possam ser absorvidos integralmente. O
objetivo desse trabalho é introduzir dois contos de Luiz Vilela no Ensino
Fundamental utilizando uma proposta de aplicação do método científico do livro Formação
do Leitor: alternativas metodológicas (1993), de Glória Bordini e Vera
Teixeira de Aguiar, adaptando o método ao contexto da escola e dos alunos
participantes da pesquisa.
A ANDORINHA E O TUIM:
LEITURA COMPARADA DE UM CONTO DE LUIZ
VILELA DIANTE DE UMA CRÔNICA DE RUBEM BRAGA
VILELA DIANTE DE UMA CRÔNICA DE RUBEM BRAGA
Luciene Lemos de Campos (SED-MS)/Rauer Ribeiro
Rodrigues (UFMS)
RESUMO: O contista Luiz Vilela, certa ocasião, afirmou ter em Rubem Braga um dos autores cuja obra lhe serviu de parâmetro para definir sua linguagem narrativa. Mais que elementos de construção da linguagem, a nosso ver, algumas narrativas de Vilela empreendem diálogo intertextual com determinadas crônicas de Braga. Neste estudo, em procedimento comparativo, lemos o conto "Andorinha", de Luiz Vilela, e a crônica "História triste de um tuim", de Rubem Braga, e verificamos similaridades entre as duas narrativas, assim como a especificidade que constitui a cosmovisão de cada um. Desse modo, pretendemos evidenciar que Rubem Braga e Luiz Vilela escolhem, no âmbito da literatura brasileira, uma mesma família literária como locus criativo. Para tanto, além das narrativas mencionadas, valemo-nos também de menções a outros contos de Luiz Vilela e a outras crônicas de Rubem Braga.
COMUNICAÇÃO
XXI – FICÇÃO CONTEMPORÂNEA III
18/09 – Horário: 13h30 – 15h
Local – Sala do 2º ano de Letras
Local – Sala do 2º ano de Letras
DIALOGISMO E EVASÃO EM
CONTOS DE LUIZ VILELA
Pauliane Amaral (PG-UFMS/CPT)
RESUMO: Esse trabalho mostra as diferentes abordagens que o tema da evasão, topos romântico, que reflete ideais utópicos e desejo de escapismo, recebe nos contos de "Vazio", de Tremor de Terra (1967), "As neves de outrora", de O fim de tudo (1973) e "Era aqui", de Você verá (2013). Nossa análise, seguindo a proposta de Ricardo Piglia, se desenvolve a partir do apontamento da primeira e da segunda história, indicando que em Luiz Vilela o caráter duplo dos contos que tratam do desejo de evasão se estrutura em oposições dialógicas de ordem espacial, temporal e entre as personagens dessas narrativas.
Mesa redonda: Estudos Ficcionais
18/09 – Horário: 19h – 20:30h
Local – Anfiteatro Campus I
18/09 – Horário: 19h – 20:30h
Local – Anfiteatro Campus I
GPLV - BREVE HISTÓRICO
Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS)
GPLV – Um percurso de fomento à pesquisa
Eunice Prudenciano de Souza (UFMS)
Resumo:
O GPLV – Grupo de Pesquisa Luiz
Vilela – é vinculado à UFMS, Campus de Três Lagoas, e existe desde 2011,
reunindo pesquisadores e estudiosos da obra do escritor mineiro, dentre eles,
autores de dissertações, teses e artigos sobre o ficcionista. Com o intuito de
estabelecer contato com os interessados em debater e divulgar a obra de Luiz
Vilela, foi criado um blog, gpluizvilela.blogspot.com. No momento, o Blog
conta com 56780 visualizações. Lá podem ser encontradas informações como
biografia e entrevistas de Luiz Vilela, Fortuna Crítica sobre o escritor,
agenda das reuniões do GPLV, entre outras. O 2º Seminário de Pesquisa do GPLV,
realizado no dia 30 de agosto de 2014, demonstra que o grupo vem conseguindo
construir uma trajetória sólida de fomento à pesquisa.
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