Na tarde da
última terça-feira, dia 12 de março, a mestranda Pauliane Amaral defendeu a
dissertação A função autor no roman à clef: um estudo sobre personagem e
narrador em O inferno é aqui mesmo, de Luiz Vilela. A sessão pública de defesa
aconteceu no Mestrado em Estudos de Linguagens da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, em Campo Grande. O estudo de Pauliane agrega temas como os
limites entre ficção e história, a presença de autobiografia na obra de Luiz
Vilela e a interpretação de que O
inferno é aqui mesmo integra
o rol das narrativas que o estudioso Renato Franco denominou “romances da
cultura da derrota”, no qual Franco não incluíra esse romance de Vilela.
No trabalho, Pauliane traçou o caminho da construção da função-autor (conceito foucaultiano) em O inferno é aqui mesmo, considerando o romance como um roman
à clef (romance com chaves), no qual, na narrativa, pessoas reais
aparecem sob nomes fictícios e os eventos narrados tem toda a probabilidade de
realmente terem acontecido da forma como surgem na trama ficcional.
A banca
arguidora, presidida pelo orientador, o Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues
(UFMS), e composta pela Profª. Drª. Maria Adélia Menegazzo (UFMS) e pelo Prof. Dr.
Ariovaldo José Vidal (USP), aprovou o trabalho, elogiando a profundidade da
pesquisa teórica que norteou o estudo do romance de Luiz Vilela. Pauliane
integra o Grupo de Estudos Luiz Vilela, criado para reunir a fortuna crítica
sobre a obra do escritor.
Ainda na
terça-feira, mas pela manhã, o prof. Ariovaldo José Vidal proferiu palestra na
qual abordou o cânone e a crítica literária a partir de análise do conto
“Caso de mentira”, de Marques Rebelo.
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