sábado, 29 de setembro de 2012

Literartes republica resenha sobre "Perdição"

Literartes 

Porque literatura tem fronteiras, não limites


O blog LITERARTES (http://www.literartes.com/), de Ana Cristina Vilela, republicou - no dia 20 de setembro - a resenha "A Divina Perdição", do professor Rauer Ribeiro Rodrigues, coordenador do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela - GPLV. A resenha, sobre o romance Perdição, de Luiz Vilela, lançado em dezembro de 2011 pela Editora Record, foi publicada inicialmente, em 4 de dezembro de 2011, em: 



Ana Cristina Vilela (foto) nasceu em Prata, no Triângulo Mineiro, e é formada em jornalismo. No momento, faz Mestrado em Literatura na UnB, com pesquisa sobre a obra A menina morta, de Cornélio Penna.
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Vídeo sobre "Perdição"


A organização do Prêmio Portugal Telecom produziu vídeos das obras finalistas. Perdição, de Luiz Vilela, teve seu trailer produzido por alunos da "Oi Kabum!", de Belo Horizonte, com a seguinte equipe: Realizadores - Debora Arau e João Pedro Schneider; Supervisão de texto - Flávia Péret; Supervisão de animação, áudio e vídeo - Binho Barreto e Denis Leroy; Coordenação geral: Roberto Almeida. O vídeo está disponível em:

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vilela será publicado em antologia de contos na Alemanha

Luiz Vilela recebeu convite para participar de antologia de contos de autores brasileiros a ser lançada na Alemanha. O livro será distribuído a escolas, universidades e outras instituições de ensino. O objetivo é promover o ensino da língua portuguesa. Vilela já teve publicado, na Alemanha, em 1996, a antologia de contos Frosch im Hals (Nó na garganta). A notícia do convite circulou em blogs de familiares e amigos do escritor. Contatado pelo GPLV, Luiz Vilela confirmou a informação e nos repassou o convite, de agosto de 2012, que reproduzimos a seguir.

Prezado Sr. Vilela,
Somos a ACIBRA, Agência para Cultura e Informação Brasil - Alemanha, e trabalhamos para a Dra. Zinka Ziebell e a Dra. Rosa Cunha Henckel, professoras de português do Brasil na Universidade Livre de Berlim (Freie Universität-Berlin), um dos centros de excelência do ensino superior na Alemanha. Elas estão preparando um livro didático composto por uma antologia de textos importantes, a fim de promover na Alemanha o ensino do idioma português como língua estrangeira.
Esse livro tem o apoio da Embaixada Brasileira em Berlim e será financiado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Ele não será vendido, mas distribuído gratuitamente a universidades e outras instituições de ensino onde haja ou se pretenda realizar a promoção do ensino da língua portuguesa oral e escrita do Brasil. A publicação irá reunir textos de diversos escritores e autores brasileiros, além de letras de músicas bem como exercícios de apoio e prática de ensino e aprendizagem.
O objetivo das organizadoras desta publicação é utilizar artigos, textos ou capítulos integrais, evitando empregar apenas citações ou passagens muito curtas de obras consagradas. Com isso, a Dra. Ziebell e a Dra. Henckel pretendem incentivar e apoiar o estudante estrangeiro a compreender de maneira mais abrangente a qualidade literária e a riqueza linguística de textos brasileiros excepcionais.
Com esse objetivo em mente, as autoras selecionaram dois textos seus para integrar esta antologia. Trata-se dos textos "Catástrofe" e "Felicidade". Se estiver de acordo em participar do projeto, nós gostaríamos de solicitar por meio desta mensagem um endereço postal para o qual enviaríamos uma correspondência oficial ao responsável. Nela, explicaríamos mais detalhes a respeito da publicação, apresentaríamos os apoios tanto da Embaixada bem como da Universidade Livre de Berlim e, por fim, também encaminharíamos uma autorização oficial a ser assinada e enviada via correio para as autoras (naturalmente que também constarão envelope e selo para a Alemanha na correspondência citada). 
Como o livro não será uma obra voltada para o comércio, não sendo vendido mas apenas distribuído, podemos retribuir a permissão para utilizar o respectivo texto somente com a remessa de três exemplares para cada autor participante. O lançamento da primeira edição da antologia está programado para o início de 2013, sendo que a tiragem inicial será de 1.000 exemplares. Se houver novas edições, os autores serão novamente contatados e receberão, a cada vez, mais dois exemplares. Indispensável dizer a publicação incluirá com destaque um agradecimento explícito pela autorização fornecida.
Dessa maneira, agradeceríamos de antemão por uma rápida resposta de sua parte e ficaríamos muito felizes em poder contar com a sua participação. No caso de quaisquer dúvidas, nos colocamos à disposição para maiores esclarecimentos.
Atenciosamente
Ulrike Göldner 
*** ACIBRA ***
Bianca Donatangelo &  Ulrike Göldner GbR
Agência para Cultura e Informação Brasil-Alemanha
Agentur für Information und Kulturaustausch Brasilien-Deutschland
Gotenstr. 8
10829 Berlin
Deutschland

terça-feira, 18 de setembro de 2012

PERDIÇÃO: Resenha - 17

Luiz Vilela no encerramento da 4ª  Semana Luiz Vilela, em Ituiutaba (MG),
                                                          maio/2011. Foto de Pauliane Amaral, pertencente ao Arquivo do GPLV

O SONHADOR E O SOLITÁRIO

Rosana da Silva Araujo 
mestranda em Letras na UFMS de Três Lagoas;
 integra o GPLV – Grupo de Pesquisa Luiz Vilela; 

Perdição
Luiz Vilela
Romance, 2011
400 páginas
Ed. Record
R$ 39,90

O ficcionista mineiro Luiz Vilela lançou, em dezembro último, Perdição, seu quinto romance. Em Perdição, o leitor visualiza vários temas característicos da obra de Luiz Vilela, como o amor, o erotismo e a religião. O enredo, centrado na história de Leo, é narrado por Ramon, um jornalista que trabalha em um jornal de uma pequena cidade fictícia de Minas Gerais — Flor do Campo. Leo, pescador e amigo de infância do narrador, diante da crise com a pesca aceita o convite de um grupo de pastores para entrar na igreja liderada, no Rio de Janeiro, por Mister Jones.
O enredo — construído a partir da ascensão e queda de Leo, em sua empreitada religiosa — é marcado por longos e intensos diálogos, marca registrada de Vilela. Tais diálogos revelam a realidade dos moradores da cidadezinha como um espelho da sociedade brasileira na transição do segundo para o terceiro milênio: entre outros temas, sobressaem a ambição, a angústia, o consumismo, a religião, a política e o individualismo.
Ramon, mesmo se pondo como o melhor amigo do protagonista, narra a história de Leo com pouca ou quase nenhuma proximidade, já que quase tudo chega a ele de maneira indireta, através das especulações e conversas com outros moradores; entre esses estão Mosquito, vendedor de pimentas na feira, e dona Nenzinha, proprietária da pensão na qual Leo se hospeda, após retornar do Rio de Janeiro.
Os diálogos constroem pelo menos duas histórias centrais simultâneas: a do solitário Ramon e a do sonhador Leo. Ramon, ao narrar à história de Leo, entremostra sua própria vida, seus pensamentos, sua relação com a sociedade, com os amigos e com as mulheres. Leo, de pouco estudo formal, é inquieto, inteligente, questionador. É um sonhador, que corre atrás de seus objetivos, mesmo diante das adversidades.
Ramon, ao buscar notícias de Leo, deixa evidente sua solidão. Já no inicio da narrativa destaca não desejar se casar ou ter filhos. São poucos os seus amigos — e entre o narrador e eles há um fosso quanto à visão de mundo que professam. As diversas visões de mundo, que assim surgem, geram entrechoque do qual nenhuma versão sobrevive. A personagem revela outra característica da escrita de Vilela: o humor irônico. Ramon é iconoclasta, sempre com uma piadinha ácida sobre todas as coisas, com o que provoca o riso das demais personagens.
Perdição é livro indispensável para todos os leitores, do estudioso da literatura ao leigo, pela diversidade de temas, pela leveza da escrita e pela tensão dos diálogos.

Trecho: 
Conversa entre Leo e Ramon, 
durante uma pescaria.
“Às vezes eu fico lá, no meio dessa água toda e dessas matas, fico lá pensando essas coisas...”
Eu balancei a cabeça.
“De vez em quando um pássaro passa, atravessando o lago, e eu tenho vontade de perguntar: ‘Aonde vais, pássaro? Aonde vais, tão certo, tão seguro assim de teu destino?’”.
“O quê, hem, rapaz?..., eu disse, admirado.
Ele riu.
“Está virando poeta?”
“De vez em quando me vêm umas inspirações...”, ele disse, meio envergonhado.
“Muito bem...”
Poís é... Mas”, ele prosseguiu, “eu fico vendo esses pássaros, e ai eu penso: eu também queria estar assim, lá em cima, voando, livre, em direção a alguma coisa...”
                                                              (VILELA, 2011, p.17-18)