sábado, 30 de junho de 2012

PERDIÇÃO: Resenha - 13


PERDIÇÃO, DE LUIZ VILELA: UM
ÉPICO IRÔNICO E COMPASSIVO


Pauliane Amaral

Graduada em Comunicação Social, mestranda em  Estudos de 
Linguagens na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
e integrante  do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela. 
Email: paulianeamaral@gmail.com.


VILELA, Luiz. Perdição. Rio de
Janeiro: Record, 2011. 400 p.

Perdição, lançado em dezembro de 2011, é o mais recente romance do escritor mineiro Luiz Vilela, que dedicou cerca de doze anos à escrita do livro. Com vinte e cinco livros publicados, entre contos, novelas, romances e antologias, a trajetória do escritor, iniciada ainda aos 24 anos com o lançamento do livro de contos Tremor de terra (1967), com o qual venceu o conceituado Prêmio Nacional de Ficção, ganha mais uma obra prima.

Do seu lançamento até agora, Perdição gerou repercussão entre críticos literários e estudiosos, como o Professor Rauer Ribeiro Rodrigues, que estuda a obra de Luiz Vilela há mais de dez anos. Rauer afirma que “o romance de Luiz Vilela exala uma esperança desesperançada”. Jornais e revistas também deram seu parecer sobre o livro, a exemplo da Revista Veja, que em nota intitulada “Perdição”, no blogImperdível, afirma que “Luiz Vilela desafia o conceito de epopeia ao colocar um pescador prosaico no centro de um épico bíblico”.

Desde 1967, Vilela recebeu muitos outros prêmios, foi adotado em vestibulares, traduzido em diversos países e adaptado para teatro, cinema e TV. A crítica elogia, na sua obra, a concisão, o coloquialismo, a maestria do diálogo e o vigor da linguagem. A força de suas narrativas é alcançada sem pirotecnias ou truques. A linguagem de sua obra é simples, mas temas complexos latejam sob a superfície dos acontecimentos banais.

Começou a escrever aos treze anos, depois de aprender a ler sozinho e sempre estar, desde a primeira infância, com um livro na mão. Mudou-se aos quinze anos de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, onde nasceu, para Belo Horizonte. Formou-se em Filosofia, mas nunca buscou o diploma. Trabalhou por quase um ano em São Paulo, como jornalista. Passou uma temporada nos Estados Unidos e outra na Europa. Ao retornar ao Brasil, fundou uma editora. Foi passar o Natal com a família e decidiu residir em Ituiutaba, considerando o interior o melhor lugar para se dedicar integralmente à literatura. Teve um filho e, depois, cuidou da mãe, que faleceu aos 106 anos, em 2011.

Declarou certa vez: “Eu só escrevo quando a necessidade de escrever é tão natural e tão imperiosa como a fome, a sede, o sono”. Já dissera, antes, que escrever era consequência do que vivia, do que pensava, do que via e do que fazia. Daí, concluiu: “a contribuição que um escritor pode dar à realidade de seu país é contar tudo o que viu”.

Assim é Luiz Vilela, seu jeito de ser, sua obra e o Perdição.

Desde a novela Bóris e Dóris  (2006), Vilela não publicava nenhum livro inédito. Perdição, com sua inspiração bíblica, discute a mercantilização da fé em tempos em que tudo virou comércio. Marcado pelo uso predominante do diálogo, um dos traços característicos da ficção de Luiz Vilela, o livro narra a história do pescador Leo, que, seduzido pelo líder religioso Mister Jones, se torna pastor.

O romance é permeado por um tom de ceticismo: o narrador Ramon, amigo de Leo, tem postura cautelosa, para não dizer crítica, frente aos temas religiosos, tão presentes em país no qual mais de 90% das pessoas pertencem a alguma religião, conforme o Censo de 2000, época em que se passa o enredo do romance.

Mas, no fim, Perdição trata do homem, de sua ambição, sua ignorância, sua irracionalidade, suas taras, sua corrupção, seus sonhos, seus desalentos – e de outras questões, comuns a todos nós.

O livro, dividido em três partes – “O rapaz dos peixes”, “Pastor das almas” e “Ninguém” –, prende o leitor no fluxo contínuo de acontecimentos que traçam um panorama de nossa sociedade. No universo do romance, algumas personagens partem em busca de redenção, transformando, muitas vezes, a fé em subterfúgio para o comércio, enquanto outros, como o narrador Ramon, criam um contraponto ao misticismo que o rodeia. Daí decorre que Perdição é um épico irônico e compassivo, cético, niilista, porém com uma ponta de crença no humano.

Nesse mundo de inversão de valores, o pescador Leo, incapaz de realizar milagre que cure a própria filha, vê desvelada sua impotente condição terrena, agora mais miserável que nunca. Para o crítico literário e escritor Miguel Sanches Neto, “o romance é a história de uma busca”, uma busca concluída com o fim trágico do pescador, o que nos remete às limitações da existência humana e da inútil pretensão que temos em transcender nossa própria natureza imperfeita.

Publicado originalmente na Revista Linha d'água, do Programa de Pós-Graduação em
Filologia e Língua Portuguesa da USP - Universidade de São Paulo. Confira em:
http://www.revistas.fflch.usp.br/index.php/linhadagua/article/view/464/445.
   

terça-feira, 26 de junho de 2012

LUIZ VILELA: 55 ANOS DE FICÇÃO - 5

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LUIZ VILELA E DALTON TREVISAN


            Dalton Trevisan, que recebeu recentemente o Prêmio Camões, o mais prestigioso da atualidade em língua portuguesa, fez no dia 14 de junho 87 anos. Associando-se às homenagens prestadas ao escritor, este blog transcreve a famosa entrevista que com ele fez Luiz Vilela e que foi publicada no Jornal da Tarde de 6 de julho de 1968.
Transcrevemos também, aqui, a entrevista de Vilela ao tablóide Cândido deste mês, contando as circunstâncias em que aquela entrevista se deu e, a partir dela, a sua relação pessoal com o escritor paranaense. Na oportunidade, reproduzimos uma das cartas citadas na entrevista.
Reproduzimos, ainda, algumas fotos de Edison Jansen, do jornal O Estado do Paraná, registrando o encontro inicial dos dois escritores em Curitiba, em 2 de julho de 1968.
Por fim, reproduzimos uma declaração de Dalton sobre alguns contistas, entre os quais Luiz Vilela, constante de uma entrevista gravada sem o conhecimento do escritor e publicada na revista Status, em 1979.


A HISTÓRIA DO CONTADOR DE HISTÓRIAS

                                                                                                                                             Luiz Vilela

         O professor de Português, no ginásio, tinha marcado uma redação para casa. Um dos alunos escreveu sobre uma criança pobre passando fome. O professor disse que o menino era "comunista e neurótico". Comunista ele já sabia o que era (isso foi no tempo do Estado Novo); neurótico, ele foi em casa olhar no dicionário. Agora, aos 43 anos, ele lembra: "Foi esse o meu primeiro contato com os julgadores literários." Mas os críticos de hoje não pensam como aquele professor: eles acham que Dalton Trevisan é o maior contista brasileiro vivo, e há oito dias lhe deram o maior prêmio do maior concurso nacional de contos.
         Magro, de cabelos claros e alguns já brancos, óculos de lentes grossas, vestido de maneira simples e meio displicente, ele vai pelas ruas de Curitiba com alguns amigos, falando de sua vida e de sua literatura. De vez em quando a conversa é interrompida por um conhecido, que lhe dá os parabéns; mas isso acontece pouco: para quase todas essas pessoas ele é apenas um cidadão comum, sem nada de especial.
         Numa praça, sentados num banco de madeira, estão quatro bêbados, sujos e barbudos; Dalton Trevisan aponta para eles e diz, referindo-se a um de seus contos: "Aí o 'cemitério de elefantes'..."
         Ele continua a lembrar coisas de quando começou a escrever. O que aconteceu no ginásio não o desanimou; pelo contrário. "Os elogios são inúteis; uma crítica me estimula quando é negativa." Quando uma grande editora publicou pela primeira vez seus contos, um crítico importante falou mal deles. "Isso foi ótimo para mim", diz Dalton. Não é que concordasse com o crítico: mais tarde, já reconhecido por quase toda a crítica como um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos, Dalton, ao publicar um novo livro por outra grande editora, pensou em "pôr aquele artigo como orelha do livro".
         Mas a fama custou a chegar, e foi preciso muita luta. Depois das redações no ginásio — "eu fazia não só as que o professor marcava, mas também as que o livro sugeria no fim da lição, porque eu gostava de escrever" — veio a Faculdade de Direito, onde ele era bom aluno e bom atleta: ganhou várias medalhas nas competições. Ao mesmo tempo, era repórter de polícia: "Foi a primeira vez que eu vi um morto."
         Apareceram os seus primeiros livros, Sonata ao Luar e Sete Anos de Pastor, que não tiveram quase nenhuma repercussão entre os críticos e que ele hoje diz arrepender-se de ter publicado.
         Ele criou também, com outros, a revista literária Joaquim, que ficou famosa e revelou nomes hoje importantes em nossas artes.
         Mais tarde, já em 59, a editora José Olympio publica Novelas Nada Exemplares. Tiragem: 1.000 exemplares. O livro quase não vende. Os editores fecham as portas a Dalton.
         Ele perde algumas ilusões, mas não perde a vontade de escrever. Tem a idéia de fazer algo parecido com a literatura de cordel, do nordeste: são pequenas brochuras, em papel de qualidade inferior, que ele distribui de graça a alguns amigos. "Eram duzentos exemplares; eu me sentia realizado: em poucos dias a edição se esgotava."
         Alguns críticos comentavam com entusiasmo os contos do estranho e misterioso escritor que morava em Curitiba e que ninguém conhecia. A curiosidade dos leitores aumentou. Começou a nascer um mito. Os editores se interessaram. O resto da história é conhecido: outros livros (Morte na Praça, Cemitério de Elefantes, O Vampiro de Curitiba), prêmios, antologias, traduções para o estrangeiro. Mas, para muitos, o mito continua: Nelsinho, o vampiro que desliza pela noite fria de Curitiba, à procura de mulheres, não é outro senão o próprio Dalton Trevisan.
         O vampiro sorri e confessa: "Eu sou casado, muito bem casado." Ele tem duas filhas e diz: "Gostaria de ver o nome delas na reportagem; se chamam Rosana e Isabel." As outras pessoas da família: dois irmãos, que, como ele, trabalham na cerâmica do pai. A mãe morreu no ano passado, e depois disso ele ficou seis meses sem escrever.
Alguém pergunta se eles lêem os seus contos; Dalton responde que sim, mas diz que às vezes preferiria que não lessem. "Eles devem pensar: como que uma pessoa educada com carinho, nos melhores sentimentos, virou esse monstro moral?"
         É meia-noite num bar, e o garçom acaba de pôr mais uma dose de uísque nos copos. O rosto de Dalton, vermelho, tem um aspecto carregado e trágico: lembra alguns retratos de Giovanni Papini no fim da vida, um Papini mais moço. "É isso o que o escritor é: um monstro moral." Sua voz, que é interior, dá um ar mais sombrio ainda à frase. "O escritor é uma pessoa que não merece nenhuma confiança. Um amigo chega e me conta as maiores dores; eu escuto com atenção, mas estou é recolhendo material para mais um conto. E eu sei disso na hora. Surge então a má consciência. Sei que estou fazendo assim e não desejaria fazer, mas não há outro jeito. O escritor é um ser maldito."
         "Vejam", continua Dalton, "meu conto 'Último dias' é sobre a morte de minha avó. Era uma pessoa por quem eu tinha a maior afeição. No entanto isso não aparece no conto, só aparecem coisas negativas. Não sei, talvez fosse inabilidade literária minha."
Um breve silêncio para o uísque. Dalton fica de cabeça baixa, olhando para a mesa, coberta com um forro vermelho. O bar está na penumbra. "Mudar a vida", ele diz; "quando comecei a escrever, eu pensava nisso: changer la vie, como disse Rimbaud. Mas isso evanesceu logo."
         Rimbaud, aos vinte e poucos anos, parou de escrever e foi ser mercador na África. "Dalton, você já pensou em parar de escrever algum dia?", um amigo pergunta. "Bom, eu às vezes passo meses inteiros sem escrever nada; mas parar definitivamente, não. Tenho fases: há ocasiões em que escrevo três, quatro contos em poucos dias. Mas, depois, passo muito tempo sem escrever uma linha. Também reescrevo sempre os meus contos. Às vezes me dá medo de morrer: então disparo a escrever."
         "Escrever é a única justificativa que encontro para estar vivo. Meus gestos cotidianos são vazios. Mesmo o amor e o sexo; o sexo dura muito pouco tempo. As outras coisas? Eu não tenho o dom de ganhar dinheiro; nem ambição de poder. Escrever é uma atividade inútil, mas, para mim, ainda é a menos inútil de todas e a que me faz continuar vivo. E qual a compensação de escrever? Uma frase boa que a gente cria, uma imagem, coisas assim, que agradam num momento e no dia seguinte já nos deixam insatisfeitos. O escritor troca a sua vida por nada."
          A noite de Curitiba está fria mas agradável. Alguém sugere um cafezinho. Dalton sorri: "Eu não. Não quero tirar o gostinho bom do uísque."
         Na redação de um jornal, um repórter lhe dá algumas fotos suas. Ele olha uma por uma com atenção: "Puxa, não é que estou bacana aqui? Estou começando a gostar dessa coisa toda..." Mesmo quando está mais sério, Dalton não parece ter 43 anos. Ele não tem nada de um quarentão; lembra um jovem professor universitário, calado, atento, extremamente simpático.
         Diz que é um tímido e que foi essa uma das razões por que se criou a lenda em torno dele. Seus amigos são poucos mas escolhidos. Alguns moram no Rio: Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, José Carlos Oliveira, Fausto Cunha. De vez em quando ele viaja e se encontra com eles; mas não pensa em mudar-se para o Rio: "Tenho pavor da cidade grande."
         Sobre o isolamento em Curitiba: "Não posso me comunicar com escritores que estão ainda na pré-história da literatura." E conta: "Acho que Curitiba é a capital do Brasil onde menos se vendem os meus livros."
         Já é quase de madrugada, e Dalton, depois de conversar sobre literatura, rir, comer, dançar numa boate, prepara um manuscrito para a entrevista.
         "Quê que eu digo?", ele pergunta.
         Pensa um pouco, e escreve: "Meu lugar é entre os últimos dos contistas menores."

Em "De contista para contista", à página 27 da 11ª edição do jornal "Cândido", do Paraná, publicado em junho de 2012, disponível em < http://issuu.com/bibliotecapr/docs/candido11_baixa >, Luiz Vilela, em entrevista, narra as circunstâncias de seu encontro, em 1968, com Dalton Trevisan, e fala de seu relacionamento com o escritor curitibano. Reproduzimos, abaixo, parte da página do "Cândido" e, logo em seguida, a versão original da entrevista:
            
 — Vilela, em que circunstância se deu a entrevista com o Dalton?
— Bom, em 1968 houve o Concurso Nacional de Contos, do Paraná, promovido pela Fundepar. Cada concorrente devia apresentar, sob pseudônimo, um conjunto de três contos, que seriam julgados por uma comissão constituída de cinco membros, recrutados entre escritores de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Houve mais de 1.200 concorrentes, com mais de 3.500 contos, vindos das mais diferentes regiões do país. Em 26 de junho saiu o resultado. O ganhador: Dalton Trevisan. Além dele, e de acordo com o regulamento, outros cinco autores classificados em igualdade de condição: Lygia Fagundes Telles, Ignácio de Loyola, Flávio José Cardoso, Jurandir Ferreira e Luiz Vilela. A entrega dos prêmios seria feita no dia 29, sexta-feira, pelo governador, Paulo Pimentel, em sessão solene, no Palácio Iguaçu. Todas essas notícias chegaram de imediato, por telex, ao jornal em que eu trabalhava, o Jornal da Tarde. Cumprimentos e abraços dados, o jornal me liberou para ir receber o prêmio e me encarregou, como enviado especial, de entrevistar o Dalton. Assim, no dia 29, eu desembarcava no Aeroporto Salgado Filho, com uma dupla missão: receber meu prêmio e entrevistar Dalton Trevisan. Ambas as missões foram devidamente cumpridas. Alguns meses depois saía, editado pela Bloch, o livro com os contos premiados: Os 18 Melhores Contos do Brasil.

— Em 1968 o Dalton já tinha a fama de recluso. Por que você acha que ele aceitou lhe falar da família, de seus hábitos de escrita e de sua obra?
— A explicação me foi dada pelo próprio Dalton, assim que nos encontramos. Eu, ele me disse, ele sabia que conhecia sua obra; mas havia gente que queria entrevistá-lo e não havia lido nem um só de seus livros. E por que ele disse isso? É simples. Um ano antes, em 1967, eu havia publicado meu primeiro livro, de contos, o Tremor de Terra, que ganhou, a seguir, em Brasília, o Prêmio Nacional de Ficção, na época o maior prêmio literário do país. Pouco depois, com perguntas elaboradas por escritores mineiros de Belo Horizonte, jovens e velhos, o Estado de Minas fez comigo uma grande entrevista. Uma das perguntas foi: “Qual o escritor que mais o influenciou como contista?” A minha resposta: “Um brasileiro: Dalton Trevisan. Um estrangeiro: Hemingway.” Mandei a entrevista para o Dalton, com quem eu nunca tivera até então nenhum contato. Dias depois recebi dele uma de suas famosas brochuras, com dedicatória.

— Depois dessa entrevista, você teve mais algum contato com o Dalton?
— Em 1971, quando eu estava às voltas com a publicação de meu primeiro romance, Os Novos, recebi dele uma cartinha simpática: “Soube que você está escrevendo um romance e desejo-lhe boa sorte. Grande abraço do seu velho Dalton.” Alguns meses depois, no começo de 1972, com o meu romance já publicado, planejei ir a São Mateus do Sul, onde minha irmã morava, e até hoje mora, para passar com ela o feriado de Carnaval. Escrevi ao Dalton contando o meu plano e manifestando o meu desejo de, na oportunidade, dar um pulo a Curitiba para encontrá-lo. Ele me respondeu: “Grande alegria será bebermos umas e outras celebrando o seu romance.” Acabei não indo. Mas em setembro fui, e então, estando em São Mateus, tirei um dia para ir a Curitiba, com a intenção de encontrá-lo. Encontramo-nos, fomos para um bar próximo à rodoviária e lá ficamos bebendo cerveja e batendo papo até a hora de meu ônibus sair. Foi a última vez que o vi. Depois disso não tivemos mais nenhum contato. Mas, é claro, continuei acompanhando a sua trajetória de autor e lendo sempre os seus livros. Que ele, em seus mais de 80 anos, continue a escrever e a publicar, só pode ser motivo de admiração para todos nós, os seus leitores.


Edison Jansen /  O Estado do Paraná / 2 jul. 1968


Status, 1979.                               .

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fábio Lucas: "Perdição" é "obra-prima"

Em email à professora Wania de Sousa Majadas, o crítico literário Fábio Lucas comentou o romance Perdição, de Luiz Vilela. Wania solicitou autorização para repassar-nos a mensagem, visando a, aqui no blog, publicá-la. Fábio Lucas, gentilmente, concordou. Eis a mensagem, na qual o professor também qualifica os acontecimentos que redundaram na extinção do Concurso de Contos Luiz Vilela:
     
Em 16 de junho de 2012 11:17, Fábio Lucas <xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx> escreveu:

Wania Majadas, minha cara amiga:


Li, deslumbrado, o último romance de Luiz Vilela. Obra-prima. Há muito não vejo ficção como aquela, Perdição. Surpreendeu-me, eu o julgava mais contista. Desejei escrever a respeito, mas até agora foi impossível. Saúde, idade e compromissos roubaram-me o tempo. Quis também falar dos contos de Francisco de Morais Mendes em Onde terminam os dias. Notáveis. Igualmente os de Vilma Arêas,Vento Sul. Agora, por você, soube do papelão da Fundação Cultural de Ituiutaba.


Receba o melhor abraço do


Fábio Lucas

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O contista que fez o Brasil tremer

In: http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/biblioteca/Capa/BCENoticias/BCENoticiasCuriosidades.

Belo Horizonte, 20 de abril de 1967. Na Livraria do Estudante, um mineiro de 24 anos lançava um livro de contos. Estava bancando a publicação, pois tinha sido recusado por várias editoras. A sessão de autógrafos ia começar. Tocou o telefone.
“Luiz, é pra você.”
Luiz Vilela então foi até aparelho e ouviu que naquela mesma noite o livro que ele estava lançando – Tremor de terra – tinha vencido o Prêmio Nacional de Ficção, o mais importante da época. A premiação foi polêmica. Alguns escritores conhecidos reclamaram publicamente. Queriam ter ganhado, e perder logo para um jovem desconhecido ainda...
Ainda, porque a partir daí Luiz Vilela virou celebridade literária.Tremor de terra foi reeditado com sucesso de público e crítica. O autor foi saudado principalmente por seus diálogos vívidos e potentes. Em l968, foi premiado no Concurso Nacional de Contos, do Paraná (repetiria o feito no ano seguinte). E recebeu um convite para participar do International Writing Program, em Iowa, Estados Unidos. Ficou nove meses e depois viajou pela Europa, tendo morado na Espanha.
Quando voltou ao Brasil, Luiz Vilela fixou-se em Ituiutaba, sua cidade-natal, no interior de Minas. Depois comprou um sítio. Foi lá que escreveu, por exemplo, O fim de tudo (1973), que levou o Prêmio Jabuti. É lá que vive até hoje. Sempre escrevendo. Sua última obra é o romance Perdição (Record, 2011).


Autoria:Luís Roberto Amabile
Mestrando da Fac. de Letras da PUCRS.

domingo, 17 de junho de 2012

Roberto Drummond, dez anos depois


Seção : Arte e Livros - 17/06/2012 08:37

Amigos, escritores e editor lembram histórias de Roberto Drummond

A importância da obra do romancista e contista para a modernização da literatura brasileira

http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_7/2012/06/17/ficha_agitos/id_sessao=7&id_noticia=54410/ficha_agitos.shtml 

EM/DA PRESS
Roberto Drummond, Murilo Rubião e Luiz Vilela: mestres do conto
Ele era o marido de Beatriz e o pai de Ana; o colega de literatura e de amizade de Carlos Herculano Lopes e de Luiz Vilela; o companheiro de viagens e de feiras de livros de Ignácio de Loyola Brandão; um dos principais nomes da Geração Editorial, de Luiz Fernando Emediato; o homem que “sugeriu, aos sussurros, em tom conspiratório”, que Fernando Morais escrevesse a biografia de Olga Benário e também é tema de documentário do diretor Breno Milagres. Roberto Drummond é lembrado com carinho pelos amigos, escritores e familiares, que destacam, principalmente, sua paixão pela profissão e o orgulho que sentia de sua obra.

“Além de ser um grande escritor, Roberto era muito empolgado e acreditava na literatura que fazia. Isso era algo fantástico em sua personalidade. Ele fazia questão de promover seus livros; não tinha vergonha de se mostrar. Quando lançava, saía caminhando com os livros debaixo do braço, mostrando para todo mundo. Quando saiu O cheiro de Deus, o Roberto dormiu com o livro debaixo do travesseiro, tamanho o orgulho”, lembra o jornalista e escritor Carlos Herculano Lopes, que foi seu colega no Estado de Minas. Em 2005, Herculano organizou um livro reunindo as melhores crônicas de Roberto Drummond e conta que o autor de A morte de DJ em Paris sempre o incentivou a escrever e uma de suas principais características era a generosidade. “O Roberto sempre me deu força e me apresentou a vários escritores. Quando podia, ajudava a divulgar quem estava começando e tinha um coração muito aberto. Ficamos muito próximos ao longo da vida e nos tornamos confidentes. A gente saía quase todos os dias, tomava um chope na Savassi ou no Maletta. O Roberto se tornou uma espécie de guru para mim”, frisa Carlos Herculano.

O publisher, jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, que detém os diretos de boa parte da obra de Roberto – a Objetiva é a responsável por três títulos (O cheiro de Deus, Os mortos não dançam valsa e A morte de DJ em Paris) –, também ressalta o fato de que o autor era um divulgador cuidadoso do próprio trabalho e mesmo não tendo saído de Minas Gerais, como boa parte dos colegas conterrâneos, como Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Rubem Fonseca e Carlos Drummond de Andrade, conseguiu se sobressair. “Ele sabia se vender. E mesmo ficando fora do eixo Rio-São Paulo, porque não queria sair de Minas, encontrou um jeito de sua obra se destacar e inventou moda”, pontua. Emediato o conheceu, em 1971, quando os dois venceram o maior prêmio literário brasileiro da época, o Concurso de Contos do Paraná, sendo que Roberto ganhou na categoria principal e Emediato na de revelação.

O editor conta que os dois mantinham uma relação de amizade, às vezes meio conflitante, já que Roberto Drummond não acatava muito bem as críticas, mas que no fim o mineiro acabou sendo um dos principais autores de sua recém-criada editora. “Ele inventou uma literatura pop, que na verdade era uma literatura de boa qualidade. Roberto era um bom marqueteiro de si mesmo e conquistou mais o mercado do que a crítica. Ele demorou a ter uma aceitação da crítica. Hilda Furacão o projetou nacionalmente, dando muita popularidade, e foi traduzido para vários idiomas, assim como outras obras suas. Certa vez, escrevi críticas pouco elogiosas sobre seus livros e ele não aceitou muito bem, ainda mais vindo de um amigo. O fato de eu não ter compreendido a genialidade dos seus livros pode ter sido uma deficiência minha, mas depois voltamos às boas e ele preteriu uma importante editora para fechar comigo na Geração Editorial, que estava começando”, recorda.

Moderno
Amigo de longa data e contemporâneo de geração, o escritor paulista Ignácio de Loyola Brandão acredita que Roberto Drummond modernizou a literatura trazendo uma linguagem mais atualizada e urbana e distanciada de tudo que era regionalista. “Para alguns é a chamada literatura pop, mas não gosto dessa expressão. Ele foi um dos primeiros que conseguiram se aproximar do leitor mais jovem. Roberto era megalomaníaco e vivia essa megalomania com muito prazer. Costumava dizer que sempre tinha milhares de exemplares vendidos, contratos fabulosos. Ele flutuava dentro desse sonho e eu achava isso de uma pureza e de uma ingenuidade muito bonita. Era um cara muito inteligente, evoluído, mas tinha essa coisa provinciana dentro dele, assim como eu, que ainda carrego muita coisa da minha Araraquara”, confessa Ignácio.
Outro que privou por muito tempo da intimidade do escritor é o colega Luiz Vilela, a quem Roberto homenageou em uma crônica intitulada “A quem devo Hilda Furacão”, relatando os percalços e riscos que se passa na hora de escrever um “romance de fôlego”. O texto dizia: “Sou um devedor de meu amigo e excelente escritor Luiz Vilela. Porque, se não fosse ele, lá de seu refúgio em Ituiutaba, num telefonema providencial, eu teria simplesmente destruído, ou condenado ao esquecimento, a versão de Hilda Furacão, que vem agradando gente tão competente…”.

“ Roberto era um grande amigo e um colega de literatura. Nessa crônica está presente a nossa amizade e esse caso interessante em que ele acatou a minha sugestão de continuar a escrever o livro, mesmo com as dificuldades”, recorda Vilela.

Memórias de Bela B

Casada com Roberto Drummond por mais de 40 anos, a viúva Beatriz pretende mandar celebrar uma missa em intenção do marido, que ela conheceu ainda menina, quando viviam em Santana dos Ferros, hoje Ferros, Região Central de Minas. “A cidade era muito pequena e todo mundo se conhecia. Eu tinha 13 anos e fui atrás dele em um campinho de futebol onde ele assistia a um jogo, para pedi-lo em namoro. O Roberto achou ótimo e aceitou”, lembra Tiz, como era carinhosamente chamada pelo marido. Os dois se casaram em fevereiro de 1960, em Belo Horizonte, e tiveram uma filha, Ana Beatriz. A viúva conta que foi uma das principais incentivadoras da literatura de Roberto, apesar de suas famílias torcerem o nariz. Ela elege Hilda Furacão, em que é inclusive personagem, como a obra preferida dentre as publicações do marido. “No livro, ele me chama de Bela B, mas ele nunca me chamou assim. Eu era realmente uma moça muito linda, maravilhosa, igual na minissérie mesmo. Passei um aperto quando ela foi exibida na TV, porque todo mundo queria saber sobre a Hilda Furacão, se ela realmente existiu, onde morava. Dizia que sim. Parece que era aquilo mesmo”, desconversa rindo Beatriz.

Ela revela que Roberto Drummond nunca permitiu que a família lesse seus escritos antes de serem publicados, mas quando os lançava era uma festa. “Ele gostava muito do que fazia. Sinto falta da companhia dele, das nossas viagens, dos passeios. Não participava muito dessas saídas pelos bares com os amigos, apesar de eu gostar de beber. Até hoje tomo uma latinha de cerveja todo dia para relaxar. Mas era muito companheiro e a gente sempre caminhava aqui pelas livrarias, pela Savassi, que é um lugar que o Roberto sempre amou”, acrescenta. Em 2003, foi inaugurada uma estátua de bronze de Roberto Drummond, de autoria do artista plástico Léo Santana, na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi.

Documentário No fim do ano, o cineasta mineiro Breno Milagres vai lançar o documentário RD manda lembranças, painel da obra e da vida de Roberto Drummond. Além de depoimentos do próprio homenageado, de amigos, escritores, jornalistas e jogadores de futebol, haverá atores interpretando as crônicas e os contos de Roberto, além de textos de autores amigos e imagens cedidas pela família. “A gente era muito amigo, quase vizinho. O mais importante deste trabalho foi o carinho que todo mundo demonstra pelo Roberto. É impressionante. Ele escrevia de um jeito que era dele e sempre terá lugar de destaque na literatura mineira e brasileira”, enfatiza Breno, que chegou a levar para as telas e para a TV outras obras de Roberto, como Quando fui morto em Cuba, O estripador da Rua G e o conto “O demônio do meio-dia”.

sábado, 16 de junho de 2012

Vira-Latas adapta Luiz Vilela para o teatro

Dia 27 de junho, no IFTM - Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Câmpus de Ituiutaba, o Grupo de Teatro Vira-Latas apresenta Sete pecados, com a adaptação de textos de Luiz Vilela. O trabalho de criação e direção é coletivo. Confira, abaixo, o belo e criativo cartaz do espetáculo.



OBS. de 25 de junho: o espetáculo marcado para o dia 27 de junho foi adiado; assim que nova data for decidida, repassamos a informação em nova postagem.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ituiutaba discute extinção do CCLV

Do G1 Triângulo Mineiro - 12/06/2012 20h45 - Atualizado em 12/06/2012 20h45



Escritor de Ituiutaba, MG, pede que 

nome seja retirado de concurso 


Luiz Vilela diz que não foi informado sobre mudanças no regulamento.


Para Fundação Cultural, problema poderia ter sido evitado com telefonema.


                                               Luiz Vilela, em maio de 2011, em foto de Pauliane Amaral, do GPLV

Um escritor de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, se sentiu ofendido ao ter visto mudanças significativas no regulamento de um concurso de contos criado pela Fundação Cultural da cidade. Com isso, pediu para que o nome dele fosse retirado do título. Após a polêmica, Luiz Vilela não quis falar sobre o assunto, mas reafirmou o posicionamento.

Mas a polêmica poderia ter sido evitada, segundo Robert Rangel, presidente da Fundação Cultural. “A mudança não foi sem autorização porque ele poderia, inclusive, ligar para a gente e discutir sobre a iniciativa da comissão. A modificação não foi radical, ela apenas aprimorou para receber e dar mais transparência aos contos quando chegassem em Ituiutaba,” ressaltou.

Criado em 1984, o concurso tem o intuito de estimular e descobrir novos talentos. O nome foi uma homenagem ao trabalho do escritor Luiz Vilela, reconhecido pela crítica internacional. Depois de 28 anos a instituição que realiza o concurso resolveu fazer mudanças. O escritor disse não ter sido informado sobre as alterações e que nas últimas mudanças também não foi avisado.

“Houve uma comissão cultural que mandou o documento ano passado para a Fundação explicando que se essas mudanças ocorressem sem o Luiz Vilela ficar sabendo ele retiraria o nome dele. Ele não pensou duas vezes”, comentou o também escritor, Edson Muniz.

O escritor tijucano Luiz Vilela tem obras reconhecidas como “Tremor de Terra”, que ganhou o prêmio nacional de ficção em 1967. O terceiro livro de contos lançado em 1970 “Tarde da Noite”, foi adaptado pela Rede Globo e exibido em rede nacional.Agora o concurso vai ganhar outro nome que ainda não foi definido. A sugestão da comissão é “Concurso de Conto de Ituiutaba Águas do Tijuco”. Depois das mudanças, o diretor da Academia de Letras, Ênio Eustáquio Ferreira, ainda acredita que os candidatos não serão prejudicados. “O que interessa para os escritores é que haja o concurso com premiação boa e com a fabricação de livro”, conclui.


Veja reportagem da Rede Globo local em: 


domingo, 10 de junho de 2012

LUIZ VILELA: 55 ANOS DE FICÇÃO - 4


UMA CARTA SOBRE O “TREMOR DE TERRA”

         Em outubro de 1967, alguns meses depois da publicação de Tremor de Terra e da premiação do livro em Brasília, Luiz Vilela recebeu de Alphonsus de Guimaraens Filho a carta que se segue. Alphonsus, poeta mineiro, falecido em 2008, era filho de Alphonsus de Guimarães (o poeta de “Ismália”), irmão de João Alphonsus (o contista de “Galinha cega”) e pai do também poeta Afonso Henriques Neto, que reside no Rio de Janeiro.




sábado, 2 de junho de 2012

Whisner fala sobre o Concurso de Contos Luiz Vilela


Algumas palavras sobre o Concurso de Contos Luiz Vilela

Talvez os ituiutabanos não tenham uma ideia muito clara da importância do Concurso Luiz Vilela, que, durante mais de vinte anos, premiou contistas do país inteiro. O certame, que dava ao vencedor uma boa quantia em dinheiro, que recebia, a cada edição, em torno de mil trabalhos concorrendo ao prêmio, levava o nome de minha cidade natal aos cantos mais recônditos do Brasil. Digo isso com conhecimento de causa, pois, por onde quer que eu vá, quando respondo sobre Ituiutaba, logo já a conectam ao concurso.
Os livros editados com os dez melhores trabalhos circulam por todos os cantos. Recebo com frequência e-mails de gente pedindo exemplares, interessados em ler os contos selecionados. Quando relacionam o prêmio à cidade, logo pensam que aqui há políticos que valorizam a cultura, que reconhecem o valor da literatura. E é fato que deve ser louvado.
Estamos cansados de saber que uma parcela significativa da população saiu da faixa de pobreza, alcançando o status de consumidora. Os da classe C migraram para a B, os da B para a A, fazendo com que nosso povo tivesse acesso aos bens de consumo, embora continue sem acesso aos bens culturais, seja por desinteresse, seja por falta de dinheiro mesmo. Ações que saiam à captura de leitores só podem ser louvadas.
Posso garantir a qualquer um que venha me questionar, que os mil exemplares editados com os dez contos vencedores alcançam uma enormidade de leitores. Um livro em uma biblioteca, um livro lançado ao mundo, é sempre uma surpresa. Como vencedor da edição de 2007 do Prêmio Luiz Vilela, como autor selecionado em quatro outras oportunidades, posso afirmar que a antologia fez muita diferença em minha carreira.
Graças ao concurso, meu nome chegou aos ouvidos de antologistas e de pesquisadores que se interessaram pela minha escrita. Fui convidado a participar de importantes obras, caso da Geração zero zero, que mapeou os melhores escritores contemporâneos da década passada. Meu nome, de boca em boca, alcançou uma pesquisadora norte-americana, que passou a estudar meus dois últimos livros com seus alunos de pós-graduação. De boca em boca, minha prosa encontrou uma editora alemã, que se interessou pelo que faço e que traduzirá um texto meu para a Feira de Frankfurt, em 2013.
Poderia ficar aqui defendendo o concurso durante horas, mas acho que já dei uma boa amostra do meu pensamento. Por motivos que não pretendo abordar neste texto, o prêmio deixa de levar o nome do escritor ituiutabano mais conhecido no Brasil e no mundo. Não tenho dúvida nenhuma que grande parte do sucesso do Concurso Luiz Vilela se deveu ao fato de que o próprio Vilela gerenciava todos os passos do certame. Parece-me que ficou decidido que continuará a existir um prêmio literário em Ituiutaba, só que com outro nome. Não sei se será a mesma coisa, mas espero que sim.

Publicado inicialmente em http://whisnerfraga.wordpress.com/2012/06/01/algumas-palavras-sobre-o-concurso-de-contos-luiz-vilela/, em 1º de junho de 2012, às 9h50.