Nos dias
14 e 15 de outubro de 2016, os alunos do PPG-Letras/UFMS/Três Lagoas, a convite
da Profa. Kelcilene Grácia-Rodrigues, contaram com a presença do Prof. Dr.
Arnaldo Saraiva, docente catedrático jubilado da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto/Portugal, que debateu os projetos de pesquisa dos alunos
Eliza Peron, Eloiza Marani, Enedir Silva, Érica Rossi, Lucas Neves e Paulo Benites, que desenvolvem estudos sobre Claudia
Roquette-Pinto, Guimarães Rosa, Luiz Vilela, Manoel de Barros, Márcia
Denser, Maria Amélia de Melo, Marina Colassanti e Wilson Bueno.
As
atividades do Prof. Arnaldo Saraiva continuarão nos dias 17, 18 e 19 de outubro
de 2016, dias em que ministrará, no PPG-Letras, a disciplina “O Modernismo
Português e O Modernismo Brasileiro”. O debate do projeto da doutoranda
Milena Wanderley, sobre Hilda Hilst, ocorrerá em um desses dias.
Fazemos,
abaixo, uma descrição das atividades desenvolvidas, e publicamos no final fotos
que registram as primeiras atividades do Prof. Saraiva em Três Lagoas.
A doutoranda Eliza
da Silva Martins Peron apresentou o projeto Hibridização e o devir da linguagem: A mescla de gêneros e línguas na
prosa de Wilson Bueno. O professor enalteceu a boa articulação
das palavras e a escolha do tema do projeto, fez considerações alertando
para o cuidado com o uso das palavras, uma vez que há palavras que têm sentidos
diversos daquilo que se quer afirmar, citando algumas palavras adequadas a
alguns contextos elencados. O Prof. Saraiva fez indicações bibliográficas
teóricas para aprofundamento do estudo.
O segundo debate partiu da apresentação do projeto
Guimarães Rosa poeta: Veredas a desbravar,
da doutoranda Érica Alves Rossi. O Prof. Saraiva considerou o projeto muito
importante por trabalhar com poemas inéditos do autor e discorreu sobre a
diferença entre poesia a prosa.
Paulo Eduardo Benites de
Moraes apresentou seu projeto, Manoel de
Barros e Antonio Vieira: Por uma poética do contraste. O professor
considerou o trabalho “surpreendente e original” pelo ineditismo do
paralelo entre os autores, e fez considerações sobre a importância
de se colocar na tese o que Manoel buscou em Vieira para a sua obra;
também fez sugestões bibliográficas, voltadas para a fortuna crítica do Padre Vieira.
A doutoranda Eloiza
Fernanda Marani debateu o projeto Jardim
ensimesmado: A vertigem metafórica de Claudia Roquette-Pinto. O debatedor-convidado
enfatizou que trabalhos com temas específicos são melhores
que os gerais e fez ampla explanação sobre o tema da metáfora, destacando que
a metáfora opera com vários níveis do mundo natural e da linguagem.
A Profa. Kelcilene Grácia-Rodrigues apresentou
o projeto O erótico e o feminino na
literatura realizada por ficcionistas mulheres que lançaram seus livros de estreia sob
o regime militar, da doutoranda Enedir da Silva Santos. Nas
considerações, o Prof. Saraiva citou ser importante trabalhar o
teor psicanalítico no erotismo, mencionando a importância fundamental de
se trabalhar a literatura feminina americana, uma das bases das lutas femininas.
O
mestrando Lucas Rodrigues Neves, integrante do GPLV, apresentou o projeto A simbologia dos nomes em Tremor de terra, de Luiz
Vilela. O mestrando iniciou sua fala fazendo um apanhado geral
sobre o desenvolvimento de sua pesquisa e o porquê de estudar os
nomes das personagens da coletânea Tremor de terra, destacando que
algumas das personagens dos vinte contos do livro não têm nome. Lucas afirmou que
nas obras de Vilela é peculiar o autor repetir nomes ou apelidos de personagens,
discorrendo sobre a importância dos nomes na construção
das personagens nas obras do autor.
O
professor Saraiva sugeriu para constar na dissertação o
trabalho do crítico Fábio Lucas, um dos primeiros a destacar a grandeza da obra literária de Luiz Vilela. O prof. enfatizou a
importância da análise do nome próprio nas obras literárias, com destaque
para se distinguir o foco linguístico do filosófico. Sugeriu como
referencial o livro Nomes
próprios poucos comuns, de Mario
Souto Maior, para enriquecimento do trabalho, assim como outros títulos da
área de "Onomazologia". Comentou ser importante para o estudo a
verificação da ordem sintática de colocação dos nomes no interior das frases.
Sugeriu verificar se há alguma relação na escolha dos nomes considerando
a cultura do nome, o seu significado comum ou histórico, a
psicanálise religiosa dos nomes, e a sua presença, ou não, como nome usual em
Minas Gerais, estado natal do escritor Luiz Vilela.
Eis o
resumo da projeto em desenvolvimento por Lucas Neves:
A simbologia dos nomes em Tremor de
terra, de Luiz Vilela
RESUMO: Com o trabalho proposto,
pretendemos analisar o primeiro livro de contos do escritor mineiro Luiz
Vilela, Tremor de terra (1967). O intuito é desenvolver um
estudo onomástico das personagens. Acreditamos que a nomenclatura das
personagens não ocorre de forma aleatória, constituindo-se em signos dispostos
de significado, o que o torna primordial na construção do texto. Ao
pensarmos no texto ficcional como uma estrutura, descrevemos os efeitos de
sentido dos contos, nos quais as personagens são nomeadas de forma a
compor um todo significativo com a cena. Tal estudo nos propicia um modo
de aproximação do fazer poético do escritor. Para embasar teoricamente o estudo,
vamos nos valer, inicialmente, do seguinte referencial: de Ana Maria Machado, Recado
do nome; de Clóvis Bulcão, Personagens da Literatura Brasileira;
de Antonio Candido e Anatol Rosenfeld, A Personagem de Ficção;
de Autran Dourado, Personagem, Composição, Estrutura;
de Beth Brait, A personagem. Também teremos sob perspectiva as dissertações de
Ronaldo Vinagre Franjotti e Lucas Gonçalves Fernando, pois ambas tratam
da composição dos nomes das personagens principais do romance Graça,
de Luiz Vilela.
Professor Saraiva ao centro, ao lado da Profa. Kelcilene, em
registro com doutorandos e mestrandos do PPG-Letras e um aluno da graduação que assistiu aos debates |
Prof. Saraiva e Maria do Carmo, mestranda, integrante do GPLV |
Eloíza Marani e o Prof. Saraiva |
Érica Rossi e o Prof. Saraiva |
Lucas Neves com o Prof. Saraiva, no final do debate |
Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirO GPLV sempre atuante!