segunda-feira, 20 de junho de 2016

Lançada 3a. edição do CARTAS A LUIZ VILELA

CARTAS A LUIZ VILELA - 3ª EDIÇÃO


Apresentação

     Cartas a Luiz Vilela constitui-se um concurso de textos do gênero carta, em suas diferentes variações, resultado de uma atividade complementar do Projeto O escritor na sala de aula do Curso de Letras, da Fundação Educacional de Ituiutaba – campus da Universidade do Estado de Minas Gerais –, de autoria da Professora Ione Marta Franco Pereira, com a concordância do Escritor Luiz Vilela, no intuito de iniciar o diálogo dos acadêmicos, antes de sua visita como convidado a participar do projeto.

    Motivados pelos resultados da competição, a Professora e o Escritor ampliaram o público-alvo. Assim, Cartas a Luiz Vilela, em sua 2ª edição, passou a nível nacional, como atividade de extensão do Curso. A repercussão foi grande, com universitários de todo o país concorrendo. Saiu vencedor um concorrente de Joinville, Santa Catarina.

    Depois de um hiato de mais de uma década, o Cartas a Luiz Vilela volta, em sua 3ª edição, pelos Cursos de Engenharia da Computação da Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade de Ituiutaba, em parceria com a Superintendência Regional de Ensino de Ituiutaba, com mais prêmios e o mesmo objetivo inicial: incentivar, entre universitários brasileiros, a leitura de textos literários, a reflexão e a produção escrita, original e autoral.



Cartas a Luiz Vilela - 3

Regulamento

1 Coordenação

Cartas a Luiz Vilela é uma iniciativa da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Unidade de Ituiutaba, nesta edição em parceria com a Superintendência Regional de Ensino de Ituiutaba (SRE de Ituiutaba), com coordenação técnica da Universidade, em conjunto denominadas Coordenação.

2   Participação

2.1  Quem pode participar

Poderão participar universitários brasileiros de cursos de graduação, incluindo os que estudam no exterior.

Os candidatos menores de 18 anos deverão apresentar autorização escrita dos pais ou responsáveis legais, conforme modelo constante do Anexo deste Regulamento, salvo os emancipados na forma da lei.

2.2  Como participar

O universitário deverá escrever uma carta, em língua portuguesa, ao escritor Luiz Vilela, comentando uma de suas obras, podendo inscrever quantas cartas desejar.

A carta, em 4 vias, deverá ser digitada – não havendo limite de caracteres –, em espaço dois, de um só lado da folha, assinada, pelo autor, trazendo, embaixo da assinatura, seu nome completo, endereço, e-mail e telefone. O nome e endereço deverão ser repetidos no verso do envelope.

O universitário deverá enviar, com a carta, cópia da carteira de identidade, atualizada, e atestado de frequência regular em curso de graduação – contemplando o período de inscrição no concurso –, em papel timbrado e com a assinatura da autoridade acadêmica competente da instituição de educação superior em que estuda.

A veracidade das informações declaradas é de exclusiva responsabilidade do candidato.

Os candidatos que atenderem aos requisitos deverão postar suas cartas, em agências dos correios, de 1.º de julho a 17 de outubro de 2016, valendo a data da postagem, qualquer que seja a modalidade escolhida: simples, registrada ou sedex.

As cartas deverão ser enviadas para:

Cartas a Luiz Vilela - 3
Caixa Postal 60
Ituiutaba, MG
38300-970

3  Realização e composição da comissão julgadora

A Comissão Julgadora terá por objetivo avaliar e selecionar as 3 melhores cartas, por ordem de classificação, para premiação, e outras mais, dependendo da qualidade das produções, para integrar uma possível publicação com as premiadas.

Os avaliadores da Comissão Julgadora se reunirão, presencialmente, para concluir o trabalho de avaliação e premiação das cartas.

É facultado à Comissão não conceder o prêmio a nenhum dos concorrentes. Neste caso, não se acumulará para o Concurso seguinte.

Os autores dos textos premiados serão comunicados pela Coordenação, por meio de carta, e-mail ou telefone.

A Comissão Julgadora organizada, coordenada e presidida pela UEMG – deverá ser constituída por três membros: o escritor Luiz Vilela e dois profissionais com sólidos conhecimentos de literatura e língua portuguesa, experiência em trabalhos desta natureza e grande familiaridade com o ensino e a prática de leitura e escrita.

Em caso de impossibilidade de participação, poderão os componentes da Comissão ser substituídos por outros profissionais igualmente especializados e reconhecidos, motivadas a renúncia e a substituição.

Os nomes dos demais profissionais que comporão esta Comissão serão mantidos em sigilo até a divulgação do resultado do Concurso, quando serão publicados no sítio eletrônico www.cartasaluizvilela3.com.br.

4  Critérios de seleção dos textos

Os textos serão selecionados considerando-se a presença de aspectos próprios do gênero textual carta – incluindo adequação discursiva e linguística –, convenções da escrita, marcas de autoria, reflexão sobre a obra lida, criatividade e originalidade.

A Comissão Julgadora desclassificará os textos que estiverem em desacordo com o previsto neste Regulamento, especialmente quando houver identificação de plágio.
  
4.1  Divulgação dos textos selecionados

Os nomes dos autores das cartas selecionadas e dos membros da Comissão Julgadora serão divulgados pela Coordenação no dia 18 de novembro de 2016, no sítio eletrônico.

5  Premiação

Os autores das 3 cartas vencedoras receberão, além de dois livros, autografados, de Luiz Vilela, os seguintes prêmios em dinheiro:
1.º lugar: R$ 2.000,00;
2.º lugar: R$ 1.500,00;
3.º lugar: R$ 500,00.

A entrega dos prêmios será realizada em solenidade especial, no Auditório do Bloco C, Campus da UEMG, Unidade de Ituiutaba, na noite do dia 25 de novembro de 2016.

Os autores vencedores deverão participar, pessoalmente, da cerimônia de premiação. Os não residentes em Ituiutaba assumirão traslado, hospedagem e alimentação.

Durante o dia, os vencedores terão uma programação especial: participação da gravação de programa de TV, de entrevista para jornal ou revista e visita ao Campus da UEMG, no Setor Universitário, em Ituiutaba.

6 Divulgação do concurso e de seus resultados

A adesão dos participantes aos termos e às condições deste Regulamento pressupõe expressa autorização para que a UEMG e a SRE de Ituiutaba divulguem, por quaisquer mídias ou meios de comunicação, o lançamento, o desenvolvimento e os resultados do Concurso, mesmo após a sua realização.

As cartas premiadas serão publicadas no próprio portal do Concurso, em jornal, revista ou livro – impresso ou digital –, podendo outras, não premiadas, serem incluídas nas publicações.

7 Direitos autorais e de personalidade

Ao se inscreverem no Cartas a Luiz Vilela, os concorrentes transferem automaticamente à Universidade e à Superintendência autorização para uso de direitos autorais de suas cartas e de direitos de personalidade em todas e quaisquer ações e atividades relacionadas ao Concurso, ou para fins acadêmicos, educacionais e científicos, e em quaisquer materiais relacionados à sua implementação e divulgação, bem como de seus resultados, sem qualquer restrição de espaço, idioma, número de impressões, reimpressões, quantidade de exemplares, número de emissões, transmissões, retransmissões, edições, reedições, divulgações, veiculações e distribuição não comercial, em quaisquer locais e a quaisquer pessoas físicas ou jurídicas; sem restrição de qualquer natureza.

 Disposições finais

As decisões da Comissão Julgadora serão soberanas, não se admitindo contra elas nenhum recurso.

Não serão devolvidos textos, documentos ou quaisquer materiais entregues ou enviados à Coordenação.

A Coordenação prestará esclarecimento de eventuais dúvidas decorrentes deste Regulamento. Casos omissos serão resolvidos pela Coordenação, cuja decisão será soberana e contra ela não caberá nenhum recurso.


Central de Atendimento do Concurso

Fale conosco:
cartasaluizvilela3@gmail.com

Portal

Download do regulamento, 
com autorização: 
aqui.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Seminário debate pesquisa sobre nomes das personagens em "Tremor de Terra"

Mestrando Lucas Neves, Prof. Rauer e Prof. Júlio Galharte
         No sábado, dia 11, em Corumbá, no Câmpus do Pantanal da UFMS, o projeto do mestrando Lucas Neves, do PPG-Letras Mestrado e Doutorado do Câmpus de Três Lagoas da UFMS, foi debatido, em atividade complementar do 6º Seminário do GPLV, ocorrido no mês de abril, em Aquidauana, no CPAQ / UFMS.

Conduzido pelo coordenador do GPLV, Prof. Rauer, o debatedor foi o Prof. Dr. Júlio Augusto Xavier Galharte, que atua no CPAN / UFMS. A pesquisa de Lucas Neves levanta o significado, simbologia e efeitos de sentido gerados nas narrativas da coletânea Tremor de terra, livro com o qual Luiz Vilela estreou, em edição do autor lançada em 1967. O projeto de pesquisa de Lucas tem o seguinte título: "A simbologia dos nomes em Tremor de Terra, de Luiz Vilela".

Eis a programação completa das atividades da tarde de sábado no CPAN:

14h - Introdução à Metodologia de Trabalhos Científicos, pelo Prof. Rauer

15h - Apresentação da trajetória de elaboração de projetos de TCC  recentemente concluídos:
# Juliana Cláudia Teixeira Gomes Borges Amorim
# Gabriela Winkler da Costa Silva
# Cibele Fátima do Prado

16h - Apresentação de projeto de TCC em andamento:
# Lidiane Moura Tacion
17h - Debate do projeto de mestrado de Lucas Neves pelo Prof. Julio Augusto Xavier Galharte

Eis um registro das atividades:

Juliana Cláudia fala sobre a trajetória de sua pesquisa de TCC

Alunos assistem explanação



Gabriela Winkler

Cibele Prado
Lidiane Tacion apresenta a súmula de a súmula de seu projeto de pesquisa de TCC

Lucas Neves apresenta sua pesquisa

Prof. Júlio Galharte faz considerações sobre o livro Tremor de Terra, de Luiz Vilela

Lucas Neves e Prof. Júlio no debate sobre a simbologia dos nomes das personagens de Luiz Vilela

quinta-feira, 9 de junho de 2016

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE REUNIÃO DO GPLV

CONVOCAÇÃO

Ficam convocados os integrantes do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela e convidados os demais interessados para reunião do GPLV no dia 18 de junho, sábado, no Câmpus 1 da UFMS de Três Lagoas, das 8h às 12h, para discutirem e deliberarem sobre a seguinte pauta: 
  
1. Informes; 

2. Organização dos Anais do 6º Seminário do GPLV;

3. Organização do 7º Seminário do GPLV;

4. Debate com o tema "Luiz Vilela: Fortuna crítica e acervo literário”, com a apresentação dos seguintes estudos:

a. Elcione Ferreira Silva: “Fortuna crítica do romance Perdição, de Luiz Vilela”;
b. Rodrigo Pereira Andrade: “Luiz Vilela: da face pública à ars poetica”;
c. Maria do Socorro Pereira Soares Gonzaga do Carmo: “Questões práticas no trabalho com Acervos”;
d. Igor Iuri Dimitri Nakamura: “A fortuna crítica da coletânea Tremor de Terra”;
e. Mateus Antenor Gomes: “A Fortuna Crítica do romance Os novos;
f. Karina Fátima Gomes: “A trajetória literária de Alciene Ribeiro Leite:infância-adolescência-casamento-formação”.  

5. Expediente.

Três Lagoas, 9 de junho de 2016.
Eunice Prudenciano de Souza/Co-coordenador do GPLV

quinta-feira, 2 de junho de 2016

"O FIM DE TUDO", DE LUIZ VILELA

             Lançada pela Editora Record, a 2ª edição de O Fim de Tudo esgotou-se em pouco mais de um mês, fato raro na literatura brasileira atual. Uma nova edição, a 3ª , já está a caminho na editora.
            O livro, que ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de contos de 1973, está bombando na internet, entre os jovens. Reproduzimos abaixo os comentários de alguns deles em blogs e também um vlog.
            Reproduzimos ainda, a seguir, uma resenha de Marcos Losnak, publicada no jornal, on-line, Folha de Londrina.

          "Quase li o livro todo de uma assentada. Se por um lado eu não queria parar de ler, por outro, eu não queria que o livro acabasse." (Ademar Júnior, Cooltural). 

         "Você lê e não encontra um conto do qual não goste." (Pedro Silva, De Cara nas Letras). 

         "Lê-se com leveza e [o livro] o arrasta para uma maré de indagações sobre nossa existência." (Pedro Fernandes, In.Verso e Re.Verso). 

         "Sem dúvida,  uma obra riquíssima para quem aprecia o gênero, e um prato cheio para análises modernas." (Adriana Costa, Crônica Sem Eira).





13/04/2016

LEITURA - Um dia simples de um mundo complexo

Obra emblemática da literatura brasileira da década de 1970, "O Fim de Tudo", de Luiz Vilela, ganha segunda edição

Pauline Amaral/GPLV/Reprodução
Um dos maiores contistas brasileiros, escritor mineiro teve várias de suas histórias transformadas em filmes
Reprodução

Dois garotos na beira do rio. Um deles sabe nadar. O outro, mais novo, não. Deseja aprender, mas tem medo.
O mais velho decide colocar em prática o mesmo método que utilizou para aprender a nadar. A receita é quase mágica. Basta engolir uma piabinha viva e imediatamente pular na água batendo braços e pernas.
Os dois garotos vasculham a beira do rio em busca do peixinho e nada. Quando estão quase desistindo, conseguem apanhar uma piabinha. Rapidamente o menino coloca o peixinho vivo na boca. Engasga, mas consegue engolir. Rapidamente pula no rio. Bate pernas e braços e é levado pelas águas.
Esse enredo emblemático está em "Piabinha", conto do escritor mineiro Luiz Vilela que integra o livro "O Fim de Tudo". Publicada originalmente em 1973, a obra recebeu o Prêmio Jabuti de 1974. Semana passada a editora Record lançou a segunda edição da obra, que há muito tempo não era encontrada nem nos sebos.
A editora Record, a partir de 2014, deu início ao projeto de republicação das obras de Luiz Vilela. Já foram relançados os romances "Perdição" e "Bóris e Dóris", e lançado o inédito "Você Verá" (contos).
Há um bom tempo se tornou impossível falar do gênero conto na literatura brasileira sem falar de Luiz Vilela. É quase uma unanimidade considerá-lo um dos maiores contistas brasileiros. Há montanhas de teses acadêmicas sobre sua obra. Na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, há até o Grupo de Pesquisa Luiz Vilela, dedicado exclusivamente ao estudo de sua literatura em mestrados e doutorados.
O poeta Carlos Drummond de Andrade considerava o conto "A Volta do Campeão", que integra "O Fim de Tudo", uma obra-prima da literatura brasileira. A narrativa retrata a trajetória de um velhinho que, após problemas de saúde, é empurrado para a aposentadoria. Vagando pelas praças do bairro onde reside, leva uma vida triste e sem nenhuma perspectiva. Até o dia em que encontra um grupo de meninos jogando bilocas (denominação mineira para bolinhas de gude). Assistindo ao jogo dos meninos entra em êxtase e também começa a jogar, lembrando-se dos velhos tempos de garoto, quando era um campeão de biloca.
Aos poucos uma batalha de biloca se instaura entra a molecada, com o velhinho se transformando num herói do jogo. Esse acontecimento altera sua disposição diante da vida, que passa a ter um novo sentido. O problema é que a família começa achar que o velhinho está batendo os pinos, fazendo papel de ridículo jogando biloca com a molecada. E fatalmente a família acaba destruindo sua nova disposição diante da vida.
A literatura de Luiz Vilela está pautada pela oralidade como reprodução da realidade. A estrutura narrativa sempre caminha pela limpidez e concisão, sem adjetivos ou firulas. Muitos o consideram um autêntico "mestre do diálogo", pela sua capacidade de criar diálogos exatos e sugestivos. Sua arte está em não explicar a história que narra, mas revelar as implicações que ela abarca e dimensiona.
Luiz Vilela nasceu em 1942, em Ituiutaba, interior de Minas Gerais. Formado em filosofia, publicou seu primeiro livro, "Tremor da Terra", com 24 anos de idade. Atuando como jornalista, viveu em várias capitais brasileiras e do exterior. Na década de 1990 voltou a residir em sua cidade natal, onde permanece até os dias de hoje. Autor de dezenas de livros, várias de suas histórias foram transformadas em filmes (longas e curtas). A adaptação mais conhecida é "Brava Gente", minissérie realiza pela TV Globo em 2001, baseada do conto "Tarde da Noite".
As histórias que integram "O Fim de Tudo" possuem a capacidade de encarar com simplicidade as complexidades do mundo. Já no inicio da década de 1970, Luiz Vilela abordava temas que seriam recorrentes décadas mais tarde. Engolir um peixe para nadar, apostar que um mendigo não consegue andar, perceber que a velhice pode se transformar num fardo, constatar que a poluição vai acabar com tudo, encarar a vida como uma profissão obsoleta, amar mais do que a hipocrisia consegue imaginar e outras coisas. Tudo isso num dia extremamente simples num mundo estranhamente complexo.