domingo, 20 de abril de 2014

"A cabeça": vida e arte entrelaçadas com a arte e a vida

Absurdos da irrealidade cotidiana

Aquela história de que “a arte imita a vida” é às vezes uma grande e chata teoria. Por que ficar reduzido a só esse reflexo entre dois mundos que são lá bem autônomos? Senão, como explicar situações que são quase ficcionais de tão doidas (doídas) na realidade?
Porque tem dia que a vida bem parece novela. Peguem esse caso do sr. Henry Maksoud, dono do famoso hotel na região da Paulista. Não é um roteiro de novela de Walcyr Carrasco?
Tem absurdo que só parece possível em obras do Kafka. Ou do Rubem Fonseca. Pense no caso do corpo esquartejado em São Paulo. Uma cabeça encontrada em saco de lixo na Praça da Sé, dias depois dos primeiros pedaços… (ver aqui e aqui). É ou não é obra de ficção?
O fato me fez reviver o conto “A Cabeça”, de Luiz Vilela. Nele, o absurdo, tão assustadoramente próximo, descamba para o risinho final e deflagra a nossa cumplicidade com um cotidiano desumano – e real.
O conto foi brilhantemente interpretado por Giulia Gam na série Contos da Meia-Noite, uma das melhores coisas que a TV Cultura fez nos anos 2000 e que vem reapresentando de tempos em tempos.
Por Pedro "Pepa" Silva", em "Òperas de Sabão", disponível aqui.
Para ver a interpretação de Giulia Gam do conto "A cabeça", clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário