sábado, 22 de fevereiro de 2014

Luiz Vilela, o antropófago mineiro

          A dissertação de mestrado de Raquel Celita Penhalves dos Reis, intitulada O antropófago mineiro: um estudo sobre a ficção de Luiz Vilela, está disponível na aba Fortuna Crítica. Para baixá-la, clique aquiComentários sobre o depósito da dissertação no Mestrado em Letras da UFMS de Três Lagoas estão postados aqui.

        Reproduzimos, abaixo, o resumo da dissertação.


REIS, Raquel Celita Penhalves dos. O antropófago mineiro: Um estudo sobre a ficção de Luiz Vilela. Três Lagoas, 2013, 200 fls. Dissertação (Estudos Literários) – UFMS/CPTL.
Resumo: Esta dissertação examina os graus de relação intertextual de algumas narrativas da ficção de Luiz Vilela que se assemelham, de alguma forma, às histórias ou romances de alguns autores de língua inglesa Para alcançar nosso objetivo, comparamos as seguintes narrativas, que compõem o nosso corpus: O conto de Vilela "Meus oito anos”, As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain, e o conto “O barril de Amontillado”, de Edgar Allan Poe; os temas de "Colinas como elefantes brancos" e "The Sea Change", de Ernest Hemingway, que podem ser encontrados em "Branco sobre vermelho" e "Olhos Verdes", de Vilela; "Felicidade", de Vilela, é comparado a“Bliss", de Katherine Mansfield, ao passo que "Os mortos que não morreram" remetemos a "Os mortos", de James Joyce. Como referencial teórico, utilizamos Literatura Comparada, de Sandra Nitrini, A intertextualidade, de Tiphaine Samoyault, Flores da escrivaninha, de Leyla Perrone Moisés, Ladrões de palavras, de Michel Schneider, Oswald canibal, de Benedito Nunes, e o "Manifesto Antropófago", de Oswald de Andrade. Eis nossos problemas: I) Como as literaturas de língua inglesa surgem na ficção de Luiz Vilela?; II) com que intensidade há a retomada de outros autores?; III) tais alusões intertextuais, citações ou referências devem – no presente caso –ser classificadas como plágio? Nosso entendimento é de que, à luz do nosso referencial, o autor mineiro Luiz Vilela retoma criticamente diversas narrativas das literaturas de língua inglesa para construir alguns de seus contos: ele é, portanto, mais do que um autor que se vale dos procedimentos intertextuais, um escritor legitimamente antropófago, realizando de maneira exemplar, na literatura brasileira, o ideário da antropofagia do modernismo.
Palavras-chave: Conto brasileiro, Epifania, Iceberg, Intertextualidade.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Você Verá - 6

Claudia Nina comenta Você Verá, e 
afirma que Luiz Vilela tem "o dom 
preciso da escrita certeira"


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Curso de extensão abordou Luiz Vilela: artigo, palestra e filme

     Em 2007, no Câmpus de Aquidauana da UFMS, a professora Kelcilene Grácia-Rodrigues realizou o 1º Ciclo de Estudos Literatura em Perspectiva. O evento teve palestras - distribuídas ao longo do ano - em Aquidauana e também em Campo Grande e em Corumbá, com pesquisadores como, para citar somente alguns, João Adolfo Hansen, Ana Maria Domingues de Oliveira, Luiz Gonzaga Marchezan e Maria Célia de Moraes Leonel. Mais detalhes sobre o evento estão disponíveis aqui.

     Algumas dessas palestras, juntamente com textos de estudiosos especialmente convidados para a obra, como, entre outros, Luís Carlos Santos Simon, Maria Adélia Menegazzo e Tânia Sarmento-Pantoja, compõem o livro O Universal e o Regional - Literatura em Pespectiva 1, lançado pela Editora UFMS em 2009. No livro, sobre Luiz Vilela, consta o artigo "A questão autobiográfica em sala de aula: investigação em torno da obra de Luiz Vilela", de Sheila Dias Maciel e Maria Rita de Oliveira Wider. Veja esse estudo aqui.


     Reproduzimos abaixo o texto de abertura do Ciclo, pela Profa. Dra. Kelcilene Grácia-Rodrigues, que hoje integra o GPLV, e o resumo da palestra sobre Luiz Vilela proferida pelo Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues, hoje coordenador do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela. Após a palestra foi exibido Bóris & Dóris - o filme, adaptação da novela homônima dirigida por Rauer com alunos da UFMS do Câmpus do Pantanal. Veja o filme a partir de links na aba Fortuna Crítica.





A LITERATURA EM PERSPECTIVA

                                              KELCILENE GRÁCIA-RODRIGUES

Ver a literatura em perspectiva significa ter uma perspectiva da vida humana para além da visão trivial. Estudar a literatura em perspectiva significa transformar as diversas escolas literárias, assim como os conceitos teóricos definidos pelos estudos literários, em algo vital para os alunos, não só os do ensino fundamental, mas também os estudantes do ensino médio, os acadêmicos da graduação e os pesquisadores da pós-graduação. Ter da literatura uma visão em perspectiva transforma a leitura literária em um poliedro, cujas múltiplas interfaces contemplam diversos campos do conhecimento, tais como – entre outros – a história, a sociologia, os estudos culturais, a biografia e a lingüística. No literário, as diversas disciplinas entrecruzam, em fluxos e contrafluxos que transitam do particular-regional para o cosmopolita-universal e do factual-empírico para o conceitual-teórico, erigindo-se como humana construção do conhecimento. Nesse sentido, refletir sobre a literatura significa, em nossos dias, colocar o humano em perspectiva, para relativizar tudo o que dele deriva. 


BÓRIS E DÓRIS, A ARS POETICA DE LUIZ VILELA

                                                       RAUER RIBEIRO RODRIGUES

Em 2006, com perto de uma centena e meia de contos enfeixados em seis coletâneas, quatro romances e duas novelas, o escritor mineiro Luiz Vilela – que anuncia para breve mais um volume de contos e um romance, o aguardado Perdição – lançou a novela Bóris e Dóris. Desde o título, a narrativa anuncia uma das constantes do escritor: um homem e uma mulher, um casal. Muitas outras das fixações temáticas, estilísticas e formais de Vilela são reeditadas nessa obra, que desse modo compõe como que uma suma da ars poetica do ficcionista. Além disso, perscrutando o ser humano em latitudes e longitudes tanto mais inesperadas quanto mais óbvias e corriqueiras, o narrador de Boris e Dóris desvela o homem comum de nossos dias, cuja medíocre mediania – pretensamente empreendedora, verdadeiramente amargurada e infeliz – é o melhor retrato que se pode fazer do Brasil e da humanidade neste início de terceiro milênio.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A arte concentrada do conto: Luiz Vilela lança Você Verá

     
Esta é a primeira versão da resenha cuja versão definitiva foi publicada          
originalmente em 21 de novembro de 2013 no Blog do GPLV - veja aqui.        .