Ata da Reunião do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela, GPLV, em 20 de fevereiro de 2016, na UFMS, Câmpus de Três Lagoas. O co-coordenadora do GPLV, professora Eunice Prudenciano de Souza, abriu a reunião, às 8:00h, agradecendo aos presentes e informando que Elcione Ferreira Silva, Elenice Alves de Araújo Oliveira e Rodrigo Pereira Andrade justificaram a ausência. Sendo que Elenice informou também que, a partir da presente data, estava desligando-se do grupo. Logo após seguiu-se a pauta, falando-se sobre eventos e chamadas de trabalhos para 2016. Na sequência, foi tratado da organização do VI Seminário do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela e I Seminário de Linguística que ocorrerão juntos, de modo simultâneo, na UFMS/CPAQ, nos dias 18 e 19 de abril do presente ano. Para o evento, ficaram previstos comunicações, mesas-redondas, minicursos e o tradicional debate de projetos de pesquisa. Também se falou sobre o VII Seminário do GPLV que ocorrerá no 2º semestre, na UFMS/CPTL, no mês de outubro. Natália Tano Portela ficou responsável pela divulgação do VI Seminário do GPLV pela internet, assim como da operacionalização das inscrições e envios de resumos. Definiu-se a data de 28/03, para envio de projetos a serem debatidos, e a data de 08/04 para encerramento do prazo de envio de trabalhos. Posteriormente, houve a discussão dos contos “As formigas”, de Tarde da noite (1970), “Bichinho engraçado”, Lindas pernas (1979) e “Zoiuda”, de Você verá (2013), a partir do trabalho de Felipe Santos de Torre, A animalidade e a condição humana: aspectos zooliterários em contos de Luiz Vilela (2015). Nada havendo mais a tratar, os presentes assinaram a Ata. Secretária da reunião: Angela Nubiato Lopes. Eunice Prudenciano de Souza. Igor Iuri Dimitri Nakamura. Luciene Lemes Campos. Maria do Socorro Pereira Soares. Mateus Antenor Gomes. Natália Tano Portela. Priscila Costa. Rauer Ribeiro Rodrigues.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
REUNIÃO MENSAL DO GPLV OCORREU NO ÚLTIMO SÁBADO
Sábado, 20 de fevereiro de 2016, ocorreu a reunião
mensal do GPLV no Câmpus de Três Lagoas da UFMS. Estiveram presentes Angela
Nubiato Lopes, Eunice Prudenciano de Souza, Igor Iuri Dimitri Nakamura, Luciene
Lemes Campos, Maria do Socorro Pereira Soares, Mateus Antenor Gomes. Natália
Tano Portela, Priscila Costa e Rauer Ribeiro Rodrigues.
Dentre outros assuntos, tratou-se da organização do VI
Seminário do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela e I Seminário de Linguística que
ocorrerão juntos, de modo simultâneo, na UFMS/CPAQ, nos dias 18 e 19 de abril
do presente ano. Para o evento, ficaram previstos minicursos, comunicações,
mesas-redondas e o tradicional debate de projetos de pesquisa. Os
membros presentes, após discussão, definiram a data de 28/03, para envio de
projetos a serem debatidos, e a data de 08/04 para encerramento do prazo de
envio de trabalhos.
Na segunda parte da reunião, houve a discussão dos contos “As formigas”, de Tarde da noite (1970),
“Bichinho engraçado”, Lindas pernas (1979) e “Zoiuda”, de Você
verá (2013), a partir do trabalho de Felipe Santos de Torre, A
animalidade e a condição humana: aspectos zooliterários em contos de
Luiz Vilela (2015).
Mais um momento de enriquecimento pessoal e compartilhamento de
informações e conhecimento pelo grupo.
Um flagrante:
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Resenha de Aline Viana sobre o "Tremor de terra"
Sempre se diz que o grande escritor brasileiro contemporâneo não existe. Se existisse, seria conhecido e exaltado por toda a gente. Sinceramente, o Brasil é grande e o funil é apertado. Novos autores têm dificuldade em conseguir ser publicados e outros, embora já rodados e cheios de adjetivos positivos, não chegam a “estourar” para o grande público – desses uns poucos viram cult. Esse último é o caso do mineiro Luiz Vilela, que descobri há bem pouco tempo, por indicação do escritor Marcelo Maluf.
“Tremor de terra” (editora Ática) foi o primeiro livro publicado por Vilela e já demonstra que ele era um escritor maduro. Os personagens são pessoas comuns, mas com histórias que marcam o leitor. Não, eu sei que a essa altura eu devia fugir desse tipo de clichê (“que marcam o leitor”, ora essa, nem parece jornalista!) como o vampiro do crucifixo, mas é que eu fui lendo, me divertindo, me surpreendendo com um texto após o outro e fiquei depois um bom tempo pensando nos dramas e aventuras dos personagens - confere com a definição de "marcar", né? rsrs E isso, acredito, é porque o autor sabe trabalhar a tensão em cada conto.
Em “Confissão”, um adolescente confessa ao padre que pecou por ter visto a vizinha dormindo de camisola, em “Júri”, o leitor acompanha uma panorâmica de um julgamento sob o ponto de vista de um dos jurados (o sujeito vê até o suor na careca do promotor de justiça); em “Um dia igual aos outros”, um personagem decide fazer um diário e revela sua perplexidade diante de um colega que diariamente chora no banheiro do escritório e ainda chora de porta aberta pra todo mundo ver.
A edição que li é de 1980 (sério, eu nem era projeto de gente nessa época) e comprei em um sebo. A diagramação é triste, evoca aqueles jornais antigos com o texto em duas colunas separadas por uma linha preta. Mas, era o que havia disponível porque o livro está esgotado nas editoras.
Abaixo a íntegra de um dos contos para vocês conhecerem (peguei o menorzinho mesmo porque nem todo mundo curte ler coisas longas na internet).
Dois homens
“Os dois homens estão sentados à mesa do bar. O mais novo deve ter uns trinta anos, é gordo, cabelo cortado baixo, camisa esporte. O outro, já velho, de cabeça branca, é magro e está de terno e gravata. Olhando bem, vê-se que tem traços comuns: devem ser pai e filho. Estão sentados um em frente ao outro. Na mesa, forrada de branco, há uma garrafa de cerveja vazia, e pratinhos sujos com talheres e guardanapos de papel embolados. Acabaram de comer há algum tempo. Depois disso devem ter palitado os dentes, o velho ocultando educadamente o palito com a outra mão, ou então, não tendo dentes, ficado a observar o filho palitando sem o recato com o que ele o teria feito; mas isso ele teria apenas observado, sem fazer qualquer reflexão, como, por exemplo, que os tempos mudaram e os costumes do seu filho não são mais os seus, e que ele está velho; não, ele não tem o ar melancólico de quem tivesse pensado essas coisas ou outras semelhantes que tivesse como causa o filho à sua frente; ele teria apenas observado, apenas olhado, como agora olha na direção da porta de entrada do bar sem que pareça estar pensando nela; na verdade é difícil imaginar o que ele está pensando, pois parece não estar pensando em nada – parece não estar pensando; e parece também não estar olhando para coisa alguma, apensa os seus olhos estão abertos e o seu rosto está voltado na direção da porta, mas não parece haver nada ligando-o à porta ou à outra coisa fora da porta. Há algum tempo já que ele está assim imóvel, sem fazer qualquer gesto, sem nada nele que se mexa. Em frente o filho, que depois de palitar e largar o palito no pratinho deve ter firmado o cotovelo na mesa segurando o queixo com a mão espalmada, e assim está até agora; é uma posição que se diria de cansaço ou tristeza, mas o rosto não expressa nada e ele também parece não estar olhando para nada e ele também parece não estar olhando para nada. Há talvez uns quinze minutos já que os dois estão assim, sentados um frente ao outro sem dizer nada e sem fazer nada. Sob a luz clara do bar, entre outras mesas cheias de gente, conversas, ruídos, dão a impressão de dois objetos sem nenhuma relação entre si e com o mundo ao redor, e que se acham ali por mero acaso, e que serão recolhidos com a garrafa, os copos e os pratinhos pelas mãos ágeis do garçom, que não vendo neles qualquer utilidade os lançará ao lixo.”
Mais – Achei essa entrevista do Luiz Vilela para o Itaú Cultural. Ele fala um pouco da sua carreira, seus livros e lê um trecho de uma de suas obras - é só por o dedinho aqui.
Ficha técnica:
“Tremor de terra”
Autor: Luiz Vilela
Preço: a partir de R$ 12,50 em lojas online
Tem em bibliotecas? Sim, em Sampa na Alceu Amoroso Lima, no Centro Cultural São Paulo, na Gilberto Freire, Helena Santos e Roberto Santos.
“Tremor de terra” (editora Ática) foi o primeiro livro publicado por Vilela e já demonstra que ele era um escritor maduro. Os personagens são pessoas comuns, mas com histórias que marcam o leitor. Não, eu sei que a essa altura eu devia fugir desse tipo de clichê (“que marcam o leitor”, ora essa, nem parece jornalista!) como o vampiro do crucifixo, mas é que eu fui lendo, me divertindo, me surpreendendo com um texto após o outro e fiquei depois um bom tempo pensando nos dramas e aventuras dos personagens - confere com a definição de "marcar", né? rsrs E isso, acredito, é porque o autor sabe trabalhar a tensão em cada conto.
Em “Confissão”, um adolescente confessa ao padre que pecou por ter visto a vizinha dormindo de camisola, em “Júri”, o leitor acompanha uma panorâmica de um julgamento sob o ponto de vista de um dos jurados (o sujeito vê até o suor na careca do promotor de justiça); em “Um dia igual aos outros”, um personagem decide fazer um diário e revela sua perplexidade diante de um colega que diariamente chora no banheiro do escritório e ainda chora de porta aberta pra todo mundo ver.
A edição que li é de 1980 (sério, eu nem era projeto de gente nessa época) e comprei em um sebo. A diagramação é triste, evoca aqueles jornais antigos com o texto em duas colunas separadas por uma linha preta. Mas, era o que havia disponível porque o livro está esgotado nas editoras.
Abaixo a íntegra de um dos contos para vocês conhecerem (peguei o menorzinho mesmo porque nem todo mundo curte ler coisas longas na internet).
Dois homens
“Os dois homens estão sentados à mesa do bar. O mais novo deve ter uns trinta anos, é gordo, cabelo cortado baixo, camisa esporte. O outro, já velho, de cabeça branca, é magro e está de terno e gravata. Olhando bem, vê-se que tem traços comuns: devem ser pai e filho. Estão sentados um em frente ao outro. Na mesa, forrada de branco, há uma garrafa de cerveja vazia, e pratinhos sujos com talheres e guardanapos de papel embolados. Acabaram de comer há algum tempo. Depois disso devem ter palitado os dentes, o velho ocultando educadamente o palito com a outra mão, ou então, não tendo dentes, ficado a observar o filho palitando sem o recato com o que ele o teria feito; mas isso ele teria apenas observado, sem fazer qualquer reflexão, como, por exemplo, que os tempos mudaram e os costumes do seu filho não são mais os seus, e que ele está velho; não, ele não tem o ar melancólico de quem tivesse pensado essas coisas ou outras semelhantes que tivesse como causa o filho à sua frente; ele teria apenas observado, apenas olhado, como agora olha na direção da porta de entrada do bar sem que pareça estar pensando nela; na verdade é difícil imaginar o que ele está pensando, pois parece não estar pensando em nada – parece não estar pensando; e parece também não estar olhando para coisa alguma, apensa os seus olhos estão abertos e o seu rosto está voltado na direção da porta, mas não parece haver nada ligando-o à porta ou à outra coisa fora da porta. Há algum tempo já que ele está assim imóvel, sem fazer qualquer gesto, sem nada nele que se mexa. Em frente o filho, que depois de palitar e largar o palito no pratinho deve ter firmado o cotovelo na mesa segurando o queixo com a mão espalmada, e assim está até agora; é uma posição que se diria de cansaço ou tristeza, mas o rosto não expressa nada e ele também parece não estar olhando para nada e ele também parece não estar olhando para nada. Há talvez uns quinze minutos já que os dois estão assim, sentados um frente ao outro sem dizer nada e sem fazer nada. Sob a luz clara do bar, entre outras mesas cheias de gente, conversas, ruídos, dão a impressão de dois objetos sem nenhuma relação entre si e com o mundo ao redor, e que se acham ali por mero acaso, e que serão recolhidos com a garrafa, os copos e os pratinhos pelas mãos ágeis do garçom, que não vendo neles qualquer utilidade os lançará ao lixo.”
Mais – Achei essa entrevista do Luiz Vilela para o Itaú Cultural. Ele fala um pouco da sua carreira, seus livros e lê um trecho de uma de suas obras - é só por o dedinho aqui.
Ficha técnica:
“Tremor de terra”
Autor: Luiz Vilela
Preço: a partir de R$ 12,50 em lojas online
Tem em bibliotecas? Sim, em Sampa na Alceu Amoroso Lima, no Centro Cultural São Paulo, na Gilberto Freire, Helena Santos e Roberto Santos.
Postado há 5th September 2013 por Aline Viana
Marcadores: luiz vilela; editora ática; tremor de terra resenha
http://livronamochila.blogspot.com.br/2013/09/tremor-de-terra-de-luiz-vilela-podia.html?q=luiz+vilela
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE REUNIÃO DO GPLV
CONVOCAÇÃO
Ficam
convocados os integrantes do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela para reunião no dia
20 de fevereiro, sábado, no Câmpus 1 da UFMS de Três Lagoas, das 8h às 12h,
para discutirem e deliberarem sobre a seguinte pauta:
1.
Informes;
2. Eventos e
publicações para 2016;
3.
Organização do 6º e 7º Seminários de Pesquisa;
4. Discussão
dos contos “As formigas”, de Tarde da noite (1970), “Bichinho engraçado”, de Lindas pernas (1979) e “Zoiuda”, de
Você
verá (2013), a partir do trabalho de Felipe Santos de Torre, A
animalidade e a condição humana: aspectos zooliterários em contos de
Luiz Vilela (2015), disponível na Fortuna Crítica do Blog.
5. Expediente.
Três Lagoas, 10 de fevereiro de 2015.
Rauer
Ribeiro Rodrigues/Coordenador do GPLV
Eunice
Prudenciano de Souza/Co-coordenador do GPLV
Assinar:
Postagens (Atom)