terça-feira, 23 de junho de 2015

REUNIÃO DO GPLV – CONVOCATÓRIA


GPLV – Grupo de pesquisa Luiz Vilela


Convocação



Convocamos os membros do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela para reunião do GPLV no dia 04 de julho, sábado, das 13:30h às 17:30h, no Câmpus 1 do CPTL.


Pauta:


1. Informes;

2. Planejamento do 5º Seminário de Pesquisa do GPLV;

3. Discussãoconduzida por Fernanda Varelados contos  “Imagem”, “O buraco” e “O fantasma”     (Tremor de Terra), de Luiz Vilela, sob o prisma do insólito.



                       
​                                  Prof.ª Eunice Prudenciano de Souza

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Thiago Fagundes Silva defende dissertação na Unimontes

        "Eu tinha 14 anos, lia os livros da Série Vagalume, e então li Tarde da noite, do Luiz Vilela, e isso mudou minha vida." A declaração foi feita pelo mestrando Thiago Fagundes Silva na apresentação de abertura na defesa de sua dissertação, Inadequados e incomunicáveis: o humano em ruínas nos contos de Luiz Vilela, no Programa de Pós-Graduação em Letras / Estudos Literários da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), ocorrida neste  17 de junho de 2015. A orientação da pesquisa foi da Profa. Dra. Rita de Cássia Silva Dionísio Santos, tendo composto a banca os professores doutores Telma Borges da Silva (Unimontes) e Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS), líder do GPLV - Grupo de Pesquisa Luiz Vilela.

        Para Thiago Fagundes Silva, a "amargura aflitiva diante do moderno iluminista racional" gera a tensão de base dos conflitos encenados pela ficção de Luiz Vilela, marcada pela "falência dos sonhos", pela desilusão do fim das utopias, pelo desalento diante do progresso destruidor, pelo mal-estar com a civilização, pela desertificação do humano na vivência do vazio existencial, da solidão na metrópole, da incomunicabilidade na era da comunicação instantânea.

        "Todas essas temáticas", assevera Thiago no resumo da dissertação, "são apreensíveis no espaço ficcional" dos contos de Luiz Vilela, surgindo "como produtos do olhar de sua literatura por sobre aspectos sociais e filosóficos acerca do mundo contemporâneo".

       Confira alguns flagrantes da defesa.

Profa. Dra. Telma Borges da Silva (Unimontes), Mestre Thiago Fagundes Silva, Profa. Dra. Rita
Dionísio (Unimontes, Orientadora) e Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS, GPLV)


Thiago Fagundes Silva


Thiago Fagundes Silva


Thiago Fagundes Silva e Prof. Rauer, após a Banca

Página de rosto da Dissertação

domingo, 14 de junho de 2015

De Dalton, 90 anos hoje, para Vilela: o escritor é um monstro moral

Quem tem medo do Vampiro de Curitiba?
Publicado em em 12/06/2015 às 12:27:39 - Atualizado em 12/06/2015 às 13:23:57

Jonatan Silva


     Dalton Trevisan completa 90 anos neste domingo (14). Muito menos misterioso que Elena Ferrante e mais discreto que Rubem Fonseca, o escritor curitibano carrega consigo a imagem de outsider literário. Em tempos de feiras e festivais literários ao redor do mundo, Dalton parece se manter incólume à exposição exagerada, tentando preservar a si e à sua obra.
Durante a entrega do prêmio Portugal Telecom em 2007, honraria à qual não compareceu, o Vampiro de Curitiba disse – por meio de uma representante – que a figura do autor pouco importava e que o que realmente valia era o livro. E não estava errado. A sua reclusão só vem a confirmar essa espécie de lema literário que o escritor leva consigo há tantos anos.
     Figura importante da literatura paranaense, o autor de A Polaquinha (1985) eNovelas nada exemplares (1959) criou a revista Joaquim que circulou entre 1946 e 1948 e acabou justamente por fazer sucesso demais. As histórias sobre o fim da revista são as mais diversas – e divertidas – inclusive de que, após receber um elogio público do Deputado Gilberto Freyre, Dalton teria se enfurecido e encerrado as atividades.

Ulisses em Curitiba

     A 21ª e última edição da Joaquim, publicada em dezembro de 1948, trazia a primeira parte do conto “Ulisses em Curitiba” e anunciava que a revista de número 22 teria a conclusão do texto. Ainda assim, o criador não poupou a criatura e a decepou. Com o fim da revista, o conto ficou sem final.
A derradeira edição tinha também um anúncio do livro Sete anos pastor (1948), obra que o próprio autor fez questão de esquecer.

         Uma das raras vezes em que Dalton 'se deixou'
                    fotografar. Foto: Reprodução.


Pequenos demônios

      A literatura de Dalton Trevisan é a literatura da carne. Joões e Marias. Balas Zequinhas. Rio Belém. Cenários e personagens se repetem vertiginosamente em uma prosa lapidada e esculpida pelo minimalismo obsessivo e perfeccionista do Vampiro. É impossível não notar o cotidiano da gente simples de Curitiba.
        O retrato é fiel, mas não é bem esse o universo do escritor. Morando há muitos anos na mesma casa no Alto da Glória, Dalton pode ser visto pelas ruas próximas – e até cruzando a XV de Novembro – praticamente invisível, mas não qualquer amigo que o tenha encontrado nos locais mais sujos da cidade.
     Essa ‘distância’ explica o susto da família do autor ao ler seus primeiros contos. Quando perguntado por Luiz Vilela, em 1968, se seus irmãos liam o que escrevia, o curitibano disse que sim, mas que preferia que não o fizesse. “Eles devem pensar: como uma pessoa educada com carinho, nos melhores sentimentos, se tornou esse monstro moral?” [Outras informações, aqui, aqui e aqui].
        Para o jornalista e escritor Edilson Pereira, Dalton revela a realidade dos “pequenos demônios de Curitiba, pessoas que os demais olhavam e não enxergavam”.

Universal

       Curitiba é somente a plataforma, uma parte da literatura daltoniana - já traduzida na Alemanha, na Holanda, na Argentina e Estados Unidos.
     “Dalton não é curitibano, ele é brasileiro. Diria até que ele é latino-americano ou universal”, comentou Pereira e completa: “Dalton é um dos raros escritores originais”. O jornalista comenta que grandes escritores, como Kafka, Joyce e Borges. são lembrados por sua literatura pessoal.

       O escritor Marcos Peres, autor de O Evangelho segundo Hitler, coloca Dalton como um soberano das palavras, “um altar, tão fugidio e não comprovável quanto qualquer postulado religioso”. Na sua visão, a Curitiba de Dalton é um contraponto à imagem de cidade sorriso e ecológica que transborda nos comerciais.

      “A Curitiba organizada, modelo, dos shoppings e das férias, de repente, virava uma cidade escura, hermética, violenta, permeada de vampiros notívagos, de encontros furtivos, de pontes sem rio por baixo e de lambaris do rabo dourado. Dalton, como outros gigantes, mostrou-me a possibilidade de ser espectador e ouvinte, testemunha e recriador de seu povo, de sua gente, de sua cidade”, comentou.

Jonatan Silva é formado em Jornalismo e apaixonado por literatura e cinema.
Escreve sobre o hábito neurótico e pouco ortodoxo de ler.

Publicado originalmente aqui.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Trabalho analisa as diferentes abordagens do “eu” na literatura brasileira contemporânea

Da esquerda para a direita: Luiz Vilela; Cristovão Tezza;
Ivana Arruda Leite e Alciene Ribeiro Leite
Pauliane Amaral e Rauer Ribeiro Rodrigues, pesquisadores em Teoria Literária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e membros do GPLV, publicam artigo na Revista Scripta (ISSN 1679-5520) que discute as nuances da subjetividade na literatura brasileira contemporânea a partir de textos dos autores Luiz Vilela, Cristovão Tezza, Alcione Ribeiro Leite e Ivana Arruda Leite.

O ponto de partida do trabalho foi uma pesquisa feita pelo jornal Folha de São Paulo, em que críticos apontaram que os “enredos centrados no eu”, frequentemente narrados em primeira pessoa, e com temas ligados, ora mais ora menos explicitamente, à vida do escritor, predominam na produção literária nacional dos últimos anos. A pesquisa do jornal, por sua vez, retoma o texto clássico de Machado de Assis “Instinto de nacionalidade”, no qual o bruxo do Cosme Velho erige seu posicionamento a respeito da discussão entre o particular e o universal na literatura brasileira do fim do século XIX. 

Segundo os autores, o objetivo principal do artigo “As memórias de si: a subjetividade na literatura brasileira contemporânea” é verificar se a autorreferência usurpou o lugar dos debates de relevância social e política na atual produção literária brasileira.

Artigo completo disponível em Fortuna Crítica.

Acesse a revista completa aqui.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

LUIZ VILELA É NOTÍCIA EM CARTÓGRAFOS DA VERTIGEM URBANA

Em notícia do site Cartógrafos da vertigem urbana, o escritor Luiz Vilela fala sobre a necessidade de escrever ficção que o acompanhou por toda a vida.


Confira abaixo a notícia:




Por Fabrício Marques

Crédito: Luiz Vilela / Arquivo Pessoal
Luiz Vilela no Parque Municipal de Belo Horizonte, nos anos 1960

Luiz Vilela tinha apenas 24 anos quando estreou na literatura com o livro de contos Tremor de terra, em 1967. Este mineiro de Ituiutaba, nascido em 1942, fez uma das estreias mais impressionantes das letras brasileiras, com um livro maduro e repleto de excelentes contos, o que resultou em consagrações instantâneas, do livro e do autor.

Um dos contos do livro, “Deus sabe o que faz”, tem uma dos melhores aberturas da ficção produzida em qualquer país:

“Deus sabe o que faz e por isso a criança nasceu cega, mas Deus sabe o que faz e ela cresceu forte e sadia, não teve coqueluche nem bronquite como os outros filhos – o mais velho, aos vinte e poucos anos já vivia na pinga, cometeu um crime e foi parar na cadeia; a menina cresceu, virou moça, casou, traiu o marido, separou, virou prostituta; o cego tinha o ouvido bom e aprendeu a tocar violão e aos quinze anos já tocava violão como ninguém, um verdadeiro artista, porque Deus sabe o que faz e para tudo nesse mundo há uma compensação (…)”.

De lá pra cá, já são diversas publicações, entre contos, romances e novelas.


Antes de sua estreia literária, Luiz Vilela criou, juntamente com outros escritores mineiros, como Luiz Gonzaga Vieira e Wanda Figueiredo, a revista “Estória”, que em 2015 completa 50 anos de seu lançamento. O primeiro número foi lançado em outubro de 1965. O sexto e último número da revista saiu em 1968.

       Primeiro número da revista “Estória”, editada por Luiz Vilela

Sexto e último número da revista “Estória”, lançado em 1968

Entrevistei Vilela para a edição 1.340 do Suplemento Literário de Minas Gerais, de janeiro/fevereiro de 2012, quando ele estava lançando seu romance mais recente, Perdição (no mesmo número, há uma resenha de Francisco de Morais Mendes sobre o livro). Destaco aqui dois trechos dessa conversa:

Desisti de escrever porque há um excesso de verdade no mundo”, disse Otto Rank. Como você avalia essa afirmação?

Como não conheço o contexto em que ela foi feita, não posso avaliá-la. Quanto a mim, o que eu acho que há no mundo é um excesso de mentira, o que me causa muita indignação e me leva a continuar escrevendo.

Em 1978, durante o XII Encontro Nacional de Escritores, em Brasília, numa palestra sua intitulada “Por que escrevo ficção”, mais tarde publicada na edição comemorativa do número 1000 deste Suplemento, você disse o seguinte: “Escrevo ficção por uma necessidade de contar histórias, não importa a quem nem para quê. Uma necessidade que surgiu na adolescência e que com o tempo se tornou tão vital quanto comer e dormir, e, em certas circunstâncias, até mais. Hoje, não consigo me imaginar vivendo sem escrever. Parar de escrever seria uma espécie de morte seria realmente morrer. Assim, sabendo ou não sabendo por quê, escrever ficção é o que eu faço e é o que eu certamente farei até o fim de minha vida.” Você alteraria algo nesta declaração ou lhe acrescentaria algo? 

Não, eu não alteraria nem acrescentaria nada. Mas gostaria de dizer, aqui, que, de lá para cá, nestas três décadas, eu publiquei dois livros de contos, três novelas e quatro romances, além de ter escrito, nos últimos anos, para próxima publicação, um novo livro de contos, uma nova novela e um novo romance. Ou seja, eu nunca parei nem me desviei de minha meta. Tendo começado a escrever aos 13 anos, já são, portanto, 55 anos escrevendo ficção. E é isso o que eu, agora, espero continuar fazendo até o fim de minha vida: escrever ficção.



Tirinha publicada no Estado de Minas em 1983 cita músicos e também escritores, como Luiz Vilela

Para saber mais sobre o escritor, acesse este blog: 
http://gpluizvilela.blogspot.com.br/p/noticias.html.

Informações sobre a revista Estória estão em um texto de Luiz Ruffato, aqui: 
http://rascunho.gazetadopovo.com.br/revistas-literarias-em-belo-horizonte/.

A entrevista com Vilela e a resenha do livro “Perdição” estão aqui: 
http://www.ciclope.com.br/wp-content/uploads/2013/11/2012-janeiro-fevereiro-slmg.pdf.


A notícia também pode ser conferida aqui.

Acesse a entrevista completa aqui e aqui.