No dia 18 deste mês, em São Paulo, no Auditório Ibirapuera, a Câmara Brasileira do Livro realizou, em sessão solene, a entrega dos troféus do Prêmio Jabuti, o mais tradicional prêmio literário do país. Na categoria contos e crônicas ficou em primeiro lugar Rubem Fonseca, com o livro Amálgama, e em segundo, Luiz Vilela, com o livro Você Verá, ambos de contos.
Em sua coluna "Últimos Livros", no Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo de 7.10.73, sob o título de "O Conto Moderno", Wilson Martins escreveu sobre os dois escritores:
"Estilisticamente, Rubem Fonseca e Luiz Vilela não acham necessário recorrer a funambulismos vocabulares ou sintáticos, nem a sinais diacríticos e tipográficos, nem à obscuridade pastosa que passa, ou procura passar, por análise psicológica; eles se contentam com fixar, de forma insuperável, a contextura mesma da língua falada."
Anteriormente, no mesmo jornal, no Suplemento do dia 12.12.71, sob o título de "Experiências Romanescas - II", Wilson Martins também escreveu:
"O conto realmente contemporâneo é o de Rubem Fonseca, o de Dalton Trevisan, o de Luiz Vilela. O fator catalisante da modernidade é o que antes de mais nada os distingue - são, para empregar um título famoso, os 'pintores da vida moderna'. Não necessariamente porque os seus temas sejam sempre os da atualidade sensacional (isso não acontece, por exemplo, nem com Dalton Trevisan, nem com Luiz Vilela), mas porque falam o idioma do nosso tempo e obedecem a outra gramática narrativa. O ritmo da ação é diverso, é outra a sintaxe dos motivos; também mudou, sem que o tivéssemos percebido, a psicologia do personagem, a do autor, a do leitor."
Veja, aqui, outras menções simultâneas
a Rubem Fonseca e a Luiz Vilela.