ENCONTRO
Relação lúdica com a escrita
O escritor Luiz Vilela bate papo com leitores hoje à noite, no projeto Ofício da Palavra, no Museu de Artes e Ofícios
PUBLICADO EM 28/05/13 - 3h0
Desde quando começou a escrever, aos 13 anos, Luiz Vilela afirma ter dedicado a esse ofício mais de 50 anos. “Ou, como gosto de dizer, ‘mais de meio século esfolando a bunda na cadeira”, brinca o autor, que participa hoje do projeto Oficio da Palavra, no Museu de Artes e Ofícios.
Aclamado pela qualidade narrativa de sua ficção, ele chega a Belo Horizonte embalado pela repercussão do romance “Perdição”, publicado em 2011, e pelo lançamento, em breve, do seu sétimo livro de contos ,“Você Verá”, que deve chegar às livrarias a partir de agosto.
“Este reúne os contos que eu escrevi desde 2002. Alguns já foram publicados em jornais e revistas. Outros são absolutamente inéditos. Os tipos dos contos também variam: há contos em forma de monólogo, contos em forma de diálogo, que é a minha característica mais comentada pela crítica. Há contos trágicos, contos líricos e contos cômicos, e ainda contos em que a tragédia, o lirismo e a comédia se misturam de maneira inextrincável, como, aliás, acontece tantas vezes na vida”, detalha Vilela.
Ao refletir sobre sua relação com a escrita, ele observa que os motivos que o impulsionam a compor suas histórias se alternam ao longo do tempo, mas mantém em comum o traço lúdico.
“Basicamente, o que me leva a escrever é o desejo de contar histórias, de criar personagens. Quando menino, por influência do cinema e das revistas em quadrinhos, eu estava sempre inventando histórias com os meus bonequinhos, histórias de cowboys, de piratas, de soldados. Na adolescência, foi como se a literatura tivesse vindo para substituir os brinquedos da infância. E como eu nunca mais parei de escrever e continuo escrevendo até hoje, costumo dizer que a literatura é o meu brinquedo de adulto”, afirma.
Além de bem-humorado, o bate-papo com escritor mineiro residente em Ituiutaba, na região do Triângulo Mineiro, será marcado pela leitura de um dos contos que acolherá em seu novo projeto. O texto selecionado por ele é “Zoiuda”, o qual já foi apresentado por Vilela em outros momentos, como em 2004, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
“Esse é um conto pequeno, que abre o meu próximo livro. Zoiuda é o nome que o personagem, um rapaz solitário, numa cidade grande, dá a uma lagartixa que aparece em seu apartamento e pela qual ele toma afeição. O texto foi publicado primeiro na ‘Folha de S. Paulo’. Depois, sucessivamente, ele foi incluído em quatro antologias. Na Flip, a leitura dessa história foi muita aplaudida, espero que o mesmo aconteça aqui”, diz Vilela.
Embora seja constantemente lembrado pela maestria na arte do conto, Vilela afirma que “Perdição”, não significou para ele um retorno ao romance, uma vez que nunca se desgarrou do gênero. “O romance sempre fez parte dos meus projetos como escritor, desde o começo. Quando meu primeiro livro foi publicado, o “Tremor de Terra”, de contos, eu já tinha escrito várias páginas do que viria a ser o meu primeiro romance, ‘Os Novos’, e, acrescente-se, escrito também uma novela, que eu não cheguei a publicar. Assim, e diferentemente do que muitos pensam, eu, além de contos, sempre escrevi romances e novelas”, reforça.
Agenda
O quê. Ofício da Palavra com Luiz Vilela
Quando. Hoje, às 19h30
Onde. Museu de Artes e Ofícios (praça da Estação)
Quanto. Entrada gratuita
Quando. Hoje, às 19h30
Onde. Museu de Artes e Ofícios (praça da Estação)
Quanto. Entrada gratuita