segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Encontros de interrogação

Aconteceu na semana passada, em São Paulo, a sexta edição dos Encontros de interrogação, promovido pelo Itaú Cultural. O evento teve à frente o jornalista Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural, e a curadoria da edição esteve a cargo de Claudia Nina e Thiago Rosenberg.

Luiz Vilela participou da mesa "As intranquilidades diante da primeira página: como atravessá-la sem desistir", que ocorreu no dia 8, dividindo os debates, mediados por Claudiney Ferreira, com os escritores Fernando Bonassi, João Paulo Cuenca e Paloma Vidal. Vilela também foi entrevistado em vídeo gravado para compor o acervo de entrevistas que o Itaú Cultural mantém em sua Enciclopédia. Na entrevista, em determinado momento, Vilela afirmou: "Meu tema é o ser humano".

Do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela acompanhou a entrevista, assim como todas as mesas desse Encontros de interrogação, o coordenador do Grupo, professor Rauer, que registra as afirmações dos curadores na apresentação do caderno do evento:


Interrogações intranquilas
As obras literárias nascem de uma série de projeções. E, principalmente, de intranquilidades - sejam as angústias pessoais dos escritores, sejam as ansiedades coletivas que marcam a geração da qual esses autores fazem parte. E, muitas vezes, essas obras também geram uma série de intranquilidades - principalmente quando pensamos na literatura contemporânea, marcada, sobretudo, pela diversidade de vozes. Pensar na organização de escolas ou de genealogias, como se fez no passado, é pensar contra o contemporâneo.


Como compreender essa produção tão fragmentada, caótica, indefinível, sem escolas ou movimentos que possam nos dar uma ideia do todo? São essas intranquilidades - tanto as que movem a criação literária quanto as que são geradas por ela - que a sexta edição dos Encontros de Interrogação pretende debater.


As dificuldades, os temores, a insegurança diante da primeira página em branco, a escolha por um gênero específico em detrimento de outro, a difícil chegada ao mercado e a suposta crise da narrativa são algumas das questões exploradas - a partir do ponto de vista intranquilo de escritores, críticos e pesquisadores - durante o evento.


Explorar, sim, mas não solucionar. Afinal, por que devemos tentar organizar algo cuja beleza vem justamente da desorganização e da fragmentação? Estes encontros de interrogação vêm para potencializar - e defender - a perplexidade.
(Claudia Nina e Thiago Rosenberg)           


Reproduzimos a programação completa do evento:


Debates discutem a literatura contemporânea
São 11 mesas e mais de 50 escritores.
Em destaque, a entrevista-homenagem com Lygia Fagundes Telles
VI Encontros de Interrogação
quarta 7 a sexta 9 de setembroentrada franca - ingressos distribuídos com meia hora de antecedência

As mesas são apresentadas na Sala Itaú Cultural, com transmissão ao vivo aqui pelo site ou pela webtv TAL









Quais são as intranquilidades da produção literária contemporânea? Como são vistos o processo de criação, o papel da crítica, a inserção no mercado? Para discutir essas e outras questões, ocorre, em 7, 8 e 9 de setembro, no Itaú Cultural, em São Paulo, a sexta edição do Encontros de Interrogação. São 11 debates com mais de 50 escritores. O destaque é Lygia Fagundes Telles, homenageada pelo evento.
A proposta do Encontros é discutir as angústias de ficcionistas, poetas e críticos literários. Como dizem os curadores Claudia Nina e Thiago Rosenberg, “uma organização em escolas ou genealogias, como se fez no passado, é contra o contemporâneo”. O contexto, hoje, é fragmentado, múltiplo. E “por que devemos tentar organizar algo cuja beleza vem justamente da desorganização?”. Assim, o objetivo é “potencializar e defender a perplexidade”.
Confira abaixo a programação. Nela, você encontra as biografias dos participantes e também entrevistas em vídeo com alguns deles. Para acessá-las, basta clicar no nome [na página do evento].
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As mesas acontecem na Sala Itaú Cultural, com transmissão pelo nosso site. Você também pode acompanhar as mesas pela webtv Televisión América Latina (TAL).



VI Encontros de Interrogação
quarta 7 a sexta 9 de setembro
entrada franca - ingressos distribuídos com meia hora de antecedência


quarta 7

17h O que Faz um Autor Diante do Próprio Silêncio?
com Adriana Lunardi, Daniel Galera, João Anzanello Carrascoza e Marçal Aquino
mediação Marcelo Moutinho

O que representam, para um escritor, os momentos em que ele não escreve – em viagens, em contato com outros autores e leitores, participando de palestras ou mesmo imerso em leitura? A pausa na produção angustia ou auxilia o processo criativo?

18h30 Escrever É Apenas Narrar?
com João Silvério Trevisan, Joca Reiners Terron, Nelson de Oliveira, Paulo Scott e Rubens Figueiredo
mediação Paulo Werneck
A representação do real ainda tem espaço na contemporaneidade ou contar uma história já não é mais contemporâneo? Qual é o espaço da narrativa num momento em que, ao que parece, a forma precisa ser constantemente reinventada?

20h A Literatura de Lygia Fagundes Telles – Uma Homenagem
com Lygia Fagundes Telles, Fabricio Carpinejar, Marcelino Freire e Maria José Silveira
mediação Flávio Carneiro

O que é literatura? Hoje, mais do que nunca, a pergunta faz-se necessária, pois escritos de diversas naturezas ganham status de trabalho literário, mas não se sabe muito bem o que é joio e o que é trigo. A literatura com L maiúsculo sofre alguma ameaça quando os critérios de julgamento parecem cada vez mais instáveis?



quinta 8
15h Como as Intranquilidades do Mercado Editorial Interferem no Processo de Criação?
com Carola Saavedra, Frederico Barbosa, Luiz Ruffato e Ronaldo Correia de Brito
mediação Flávio Moura
Como acontece o approach com um editor? Blogs e afins se firmam como espaços nos quais autores postam obras à revelia de um julgamento prévio. Postar ou publicar? Por onde caminham os autores em busca da consolidação profissional?

16h30 As Intranquilidades Diante da Primeira Página: Como Atravessá-la sem Desistir?
com Fernando Bonassi, João Paulo Cuenca, Luiz Vilela e Paloma Vidal
mediação Claudiney Ferreira

Aquelas questões, tão antigas quanto atuais e eternas: como se dá o primeiro risco na página em branco – inspiração, leitura, pesquisa? Como e onde buscar as primeiras palavras, os temas e as reflexões? E quando a insegurança bate forte e o que se escreveu vira rascunho descartado? O que se foi merece ser revisitado?

18h Qual É o Espaço da Crítica de Ficção e de Poesia Hoje?com André Vallias, Claudio Daniel, Claufe Rodrigues e João Cezar de Castro Rocha
mediação Marcos Strecker

Qual é o papel, e como se dá a formação, do crítico literário brasileiro? Pode-se associar a suposta crise da literatura a uma crise da reflexão crítica? Quais são os espaços abertos à reflexão existentes hoje no Brasil?

20h Como Nasce uma Obra Quanto ao Gênero?
com Ivana Arruda Leite, Maria Esther Maciel, Michel Laub e Regina Dalcastagnè
mediação Claudia Nina

Quando uma obra é um romance? Quando algumas frases viram um poema? Prosa, poesia: esses termos ainda têm o mesmo sentido de antes? Como se dá o enquadramento de determinado texto dentro das tradicionais classificações literárias? As novas plataformas criam outros gêneros?



sexta 9
15h Vamos Subverter a Geografia Literária?
com Cíntia Moscovich, Claudia Roquette-Pinto, Ferréz e João Filho
mediação Mário Hélio Gomes
Como os autores marginais se centralizam e vice-versa? Como chegar a públicos diversos? Ou ainda: o que significam, hoje, esses termos? O que é margem e o que é centro?

16h30 Quais São os Limites entre a Biografia e a Ficção?
com Micheliny Verunschk, Miguel Sanchez Neto e Tatiana Salem Levy
mediação Claudia Nina

Quando o que se deseja é a confissão, como fazer isso o mais literariamente possível? Quais são os limites entre o que é ficcional e o que é biográfico? O que é autoficção?

18h A Literatura Infantil e Seus Passos de Gigante: A Quantas Anda o Gênero no Brasil?
com Eva Furnari, Leo Cunha, Marcia Camargos e Marisa Lajolo
mediação Suzana Vargas

Como a literatura infantil no Brasil se renova a partir de sua tradição? Existe uma tendência internacional seguida por autores nacionais? Há critérios claros que separam a ficção adulta da ficção infantil?

20h Mesa de Encerramento
com Beatriz Resende, Cristovão Tezza, Florencia Garramuño e Lourival Holanda
mediação Manuel da Costa Pinto
Nesta última mesa, serão debatidas as declarações e ideias lançadas pelos escritores, críticos, pesquisadores e jornalistas que participaram desta edição do Encontros de Interrogação.

sala itaú cultural 247 lugares
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